Política

‘Me senti orgulhoso e feliz comigo’, diz Bolsonaro sobre perdão a Daniel Silveira

Em evento no Pará, presidente disse que o parlamentar bolsonarista é injustiçado e que tomou a decisão pela liberdade dos brasileiros

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender publicamente o perdão concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal. Em evento no Pará nesta quinta-feira 28, o ex-capitão disse que conceder o indulto o deixou ‘orgulhoso e feliz’.

“Vocês viram durante a semana um ato do presidente da República com uma pessoa que estava sendo injustiçada. Isso que eu fiz não é apenas para aquele deputado, é para todos vocês”, disse Bolsonaro. “A nossa liberdade não pode continuar sendo ameaçada. Me senti orgulhoso e feliz comigo mesmo pela decisão tomada”.

No evento, Bolsonaro voltou ainda a retomar sua ida à Rússia para se encontrar com Vladimir Putin dias antes do início da guerra da Ucrânia. Ao celebrar sua estadia no país, o ex-capitão minimizou as críticas à sua postura diante do conflito.

“Trabalhamos por vocês, fui ao outro lado do mundo negociar fertilizantes para nosso agronegócio. Tive críticas, mas eu sou o presidente do Brasil. Enquanto vocês quiserem, eu serei o presidente de todos vocês”, destacou.

Em outro momento, ele disse ainda não estar preocupado com ‘seu futuro particular’ nestas eleições, mas sim com o ‘futuro da nação’. Vale ressaltar que todas as principais pesquisas divulgadas desde o ano passado mostram Bolsonaro com alta rejeição e em segundo lugar, atrás do ex-presidente Lula (PT), na disputa pelo Planalto. Na mais recente delas, a Modalmais/Futura desta quinta, o petista soma 41% das intenções de voto contra 34% do ex-capitão.

Bolsonaro ainda repercutiu brevemente suas ações durante a pandemia, dizendo ter ‘pago um alto preço’ pela decisão de não impor um lockdown para conter o avanço da Covid-19 no Brasil. O presidente teve seu nome incluído na lista de pedidos de indiciamento da CPI da Covid no Senado e ainda enfrenta ações no Tribunal Penal Internacional.

“Sempre estive no meio de vocês mesmo durante a pandemia. Eu nunca abandonei o meu povo. Nunca fechei uma casa de comércio desde que assumi o governo. Passamos um momento difícil, mas eu não poderia me esconder e ficar longe de vocês. Paguei um preço caro por isso, mas a satisfação do dever cumprido nos refrigera a alma”, avaliou o ex-capitão.

Sob a gestão de Bolsonaro, o Brasil contabiliza mais de 660 mil mortos por Covid-19 e supera os 30 milhões de casos desde o início da pandemia. Em outubro do ano passado, um estudo da Imperial College London apontou que ao menos metade das mortes no País poderiam ter sido evitadas caso os gargalos do sistema de saúde tivessem sido sanados pelo governo.

Na CPI, o epidemiologista Pedro Hallal foi além e revelou que seus estudos apontaram que quatro em cada cinco mortes poderiam ter sido evitadas com uso de máscaras, medidas de distanciamento social, campanhas de orientação e ao mesmo tempo acelerando a aquisição de vacinas. Na ocasião, o país contabilizava 500 mil mortos pela doença.

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