O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), pediu que a Polícia Federal investigue, “com a urgência que o caso requer”, o vereador Sandro Fantinel (sem partido), da Câmara de Caxias do Sul (RS), por associar sem provas um ministro do Supremo Tribunal Federal à pedofilia.
No ofício, enviado nesta terça-feira 7 ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Dino solicita que o caso seja incluído nos inquéritos que têm como alvo a disseminação de fake news e a organização de atos antidemocráticos pelo País.
As declarações do vereador foram concedidas em novembro de 2022. Durante uma sessão ordinária, Fantinel afirmou: “Um ministro do Supremo Tribunal Federal participou de uma orgia com crianças fora do Brasil. Como um cara desse vai permitir que sejam criadas leis mais severas para quem comete esse crime aqui dentro? A vergonha começa lá em cima”.
O vereador é o mesmo que proferiu um discurso xenofóbico contra trabalhadores baianos vítimas de trabalho escravo em vinícolas do Rio Grande do Sul. Na tribuna da Casa, ele pediu que produtores gaúchos não contratassem “aquela gente lá de cima” e disse que “a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor”.
Fantinel também é alvo de investigação no Ministério Público estadual e na Polícia Civil, além de enfrentar um processo de cassação na Câmara. Após as declarações, ele foi expulso de seu partido, o Patriota.
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