Dino ironiza silêncio de Bolsonaro e Michelle em depoimento sobre joias na PF

Ex-ocupantes do Planalto alegaram que o Supremo não seria o foro adequado para apurar o caso; para o ministro da Justiça, ação indicaria 'culpa' do casal

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ironizou a opção do casal Bolsonaro de permanecer em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal sobre o caso das joias.

A publicação, feita em uma rede social, não menciona nominalmente a dupla de ex-ocupantes do Planalto, mas ocorre minutos após a confirmação da estratégia adotada pelo ex-presidente e pela ex-primeira-dama. Para Dino, a indicação é de ‘culpa’ no caso.

“Fui juiz federal por 12 anos. E sempre dizia aos acusados: o interrogatório é um momento precioso para a autodefesa. Poucos abriam mão desse direito. E quando o faziam, era em razão da avaliação deles de que falar era pior do que calar”, escreveu Dino em uma rede social. “A experiência sempre ensina muito”, concluiu o ministro.


O casal Jair Bolsonaro e Michelle optou, na manhã desta quinta-feira, por ficar em silêncio durante a oitiva na PF, que apura a venda ilegal de joias e itens de luxo recebidos em nome do País nos últimos 4 anos. O depoimento dos dois foi simultâneo como forma de evitar manipulação das versões.

Ao mesmo tempo, também foram ouvidos o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef; o ex-secretário Fábio Wajngarten; os ex-ajudantes de ordens Mauro Cid, Marcelo Câmara Osmar Crivelatti; e o general Mauro Lourena Cid. Todos são suspeitos de integrarem o esquema que negociou os itens nos Estados Unidos.

A indicação das provas colhidas até aqui é de que Bolsonaro não apenas sabia do esquema, como teria ordenado a venda dos itens. O dinheiro, aponta ainda a investigação, pode ter ido para as contas do ex-presidente e da ex-primeira-dama.

Inicialmente, Bolsonaro havia negado saber do caso. Disse que nunca pediu pelos itens e que nunca teria ordenado a venda. Depois, sua defesa passou a defender abertamente o ‘direito’ do ex-capitão ficar com os itens e vendê-los.

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