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‘Dificilmente Bolsonaro ganhará no Nordeste’, admite o aliado Arthur Lira

O parlamentar, no entanto, descartou não apoiar o ex-capitão, já que o seu partido, o PP, pode ter o candidato a vice na chapa do presidente

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL)  terá dificuldades em conquistar os eleitores do Nordeste no pleito deste ano.

O parlamentar, no entanto, descartou não apoiar o ex-capitão, já que o seu partido, o PP, pode ter o candidato a vice na chapa do presidente.

“Meu partido dá apoio, o presidente nacional da minha legenda é ministro da Casa Civil. Na democracia, você tem que ter posicionamentos. Não pode ser frágil das situações momentâneas”, afirmou em entrevista publicada nesta terça-feira 15 no jornal Valor Econômico. “Dificilmente o presidente Bolsonaro ganhará no Nordeste, mas pode diminuir a diferença. Nunca tive posições de covardia, nunca fui de me esconder atrás de cortina para não ter posição clara”.

Na conversa, Lira ainda defendeu que Bolsonaro já deveria ter se vacinado contra a Covid-19.

“Essa questão de vacina é um antagonismo gigantesco [sic]. O governo comprou 430 milhões de doses, não teve dose comprada por governador ou prefeito. Quem pagou foi o governo federal. Ele tem sido aconselhado a ter o pensamento dele, mas o governo dele agir diferente, porque o governo fez diferente”, declarou.

“Se o presidente se convencer de que ele contribuiu muito nisso tudo, o que ele pensa para ele em si tem que ficar guardado para ele. Ele sempre disse que seria o último da fila. Acho que a fila já rodou e minha opinião é que ele já deveria ter optado por se vacinar“, acrescentou o presidente da Câmara.

Por fim, no embate entre o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, Lira ficou ao lado do aliado.

“As pessoas me perguntam se houve uma superposição do ministro Ciro sobre o ministro Guedes. Não. Todo governo tem que ter uma hierarquização. O presidente da República, o ministro da Casa Civil e depois os outros ministros. Se o ministro da Casa Civil não organizar o ministério, fica ruim”, disse. “Tem que ter quem fale pelo governo. O ministro da Economia tem que ser ouvido, é figura-chave com relação aos projetos econômicos, mas ele não pode ter a palavra final se o governo vai querer fazer política de saneamento”.

Nesta terça, Bolsonaro publicou um decreto para conceder ‘novos poderes’ a Nogueira.

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