Deputados de oposição ao governo federal não veem na manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), – de levar a PEC do Voto Impresso ao Plenário da Casa – grandes chances do texto original ser aprovado.
Na quinta-feira 5, a comissão especial que analisa o tema rejeitou um parecer em defesa da impressão dos votos. O colegiado se reúne novamente nesta sexta 6 para votar um parecer, do deputado Raul Henry (MDB-PE), contrário à PEC. O procedimento é praxe: quando um é rejeitado, um novo relator é acionado para produzir relatório em sentido contrário.
No Plenário, no entanto, o texto que será votado é o original, da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que dificulta a adesão de parlamentares refratários à ideia.
“O texto original não amplia com ninguém. Deve votar nisso só os bolsonaristas mesmo. Portanto, a derrota é quase certa”, avalia o deputado Rogério Correia (PT-MG).
O deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, afirmou que o partido fechará questão contra a aprovação da PEC. “Dá para encarar e derrotar de novo o Bolsonaro”, disse.
Para a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), “a votação na comissão foi bastante expressiva” e dá a dimensão do que espera o governo no Plenário.
“Não vejo como simples aprovar essa matéria em Plenário, pois são necessários 308 votos. Se for aprovado, com certeza vai haver judicialização, embora eu prefira derrotar na comissão e no plenário antes”.
A avaliação política dos parlamentares consultados por CartaCapital é a de que, caso a PEC seja derrotada, aumentará o isolamento do presidente Jair Bolsonaro.
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