O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) protocolará um requerimento para convocar o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, a fim de explicar o uso de recursos do combate à Covid-19 para comprar filé mignon e picanha.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo indica que a pasta usou 535 mil reais para bancar itens considerados de luxo. A análise da Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas mostra ainda que, dos órgãos superiores dos três Poderes, a Defesa foi o que mais gastou verbas para compra de itens não essenciais, como bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas.
Ao contrário do que ocorreu com os ministérios da Educação e da Saúde, a Defesa aumentou os gastos com alimentação, mesmo com o regime de trabalho diferenciado por causa da pandemia.
O levantamento do TCU diz que “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia”.
A assessoria de imprensa da Defesa alegou, em nota, que as atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram mantidas durante a crise sanitária. Isso inclui, de acordo com o órgão, a alimentação fornecida às tropas.
Em março, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou a convocação de Braga Netto após a divulgação de notícias sobre a compra de 80 mil litros de cerveja e 714 toneladas de picanha em 2020 pelas Forças Armadas.
No mês seguinte, porém, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acolheu um pedido dos deputados Ricardo Barros (PP-PR) e Aluisio Mendes (Podemos-MA) e anulou a convocação.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login