CartaExpressa

Deputada Lucinha se encontrou 15 vezes com milicianos no Rio, diz site

Parlamentar do Rio foi alvo de operação da PF nesta segunda-feira por envolvimento com o grupo criminoso; a Justiça determinou afastamento do cargo

Deputada Lucinha se encontrou 15 vezes com milicianos no Rio, diz site
Deputada Lucinha se encontrou 15 vezes com milicianos no Rio, diz site
Foto: Divulgação/Alerj
Apoie Siga-nos no

A deputada estadual Lucinha (PSD-RJ) se encontrou ao menos 15 vezes com milicianos ligado a Zinho, chefe da organização criminosa que comanda a Zona Oeste do Rio de Janeiro. A informação foi revelada pelo site G1, que teve acesso ao trecho da investigação conduzida pelo Ministério Público e Polícia Federal.

De acordo com a publicação, os encontros ocorreram em 2021. Em parte destas reuniões com a deputada, o próprio Zinho, apelido de Luis Antônio da Silva Braga, esteve presente. Ele é considerado o maior miliciano do Rio neste período e atua nas regiões de Campo Grande, Paciência e Santa Cruz, berço político da deputada.

Lucinha é acusada de envolvimento com a milícia fluminense e seria, segundo os investigadores, o braço político do grupo. Em nota publicada na segunda-feira, dia da operação contra a parlamentar, a PF afirmou que a suspeita é de que ela tenha agido para que políticas públicas beneficiassem o grupo, bem como atuou para que presos do grupo fossem libertados.

Um dessas políticas tem relação com o transporte alternativo feito por vans. A milícia de Zinho costuma dominar o segmento da região. Em outras conversas interceptadas, Lucinha teria atuado para que um grupo rival fosse investigado, beneficiando a ampliação de poder de Zinho. Há também atuação pela troca de comando do 27º Batalhão de Polícia Militar, em Santa Cruz.

Todas essas atuações estão registradas em mensagens que suscitam os encontros listados pelos investigadores.

Ela não foi presa, mas teve endereços revistados, incluindo o seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Conhecida como ‘madrinha’ pelos integrantes do grupo, Lucinha pedia, segundo o G1, para se encontrar pessoalmente com a milícia como forma de driblar as suas conexões com o grupo. Ela chamava Zinho de ‘irmão’.

A Justiça, com base nas informações, determinou o afastamento de Lucinha do cargo. De acordo com a decisão, ela se valia ‘integralmente’ do seu cargo para ‘patrocinar os interesses da milícia’. Lucinha ainda não se pronunciou sobre o caso. Já o PSD, seu partido, disse que acompanha as investigações, aguarda acesso aos autos e compreende o direito à ampla defesa da deputada.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo