Na decisão em que condenou Walter Delgatti a 20 anos e um mês de prisão, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, afirmou que o hacker “monitorava em tempo real” a conta de Telegram do então ministro da Economia, Paulo Guedes, além de outros trinta perfis.
A condenação de Delgatti ocorreu no âmbito da Operação Spoofing, deflagrada para apurar a invasão de celulares de autoridades, a exemplo de procuradores da Lava Jato.
A ação de hackers deu origem à série de reportagens conhecida como Vaza Jato. As matérias decorrentes dos diálogos expuseram a proximidade extraoficial entre integrantes do Ministério Público Federal envolvidos na operação, liderados por Deltan Dallagnol, e magistrados responsáveis por julgar os processos, especialmente Sergio Moro.
Segundo a Polícia Federal, 126 pessoas foram vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações telemáticas por Delgatti.
O hacker foi condenado por:
- invadir dispositivo informático de uso alheio para obter, adulterar ou destruir dados sem autorização;
- interceptar comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça;
- organização criminosa; e
- lavagem e ocultação de bens, direitos e valores.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login