Crise no PDT: Presidente do PT no Ceará diz não ter como receber todo o grupo de Cid Gomes

O presidente do PT no Ceará, Antônio Filho, afirma ser “praticamente impossível” que o partido receba todo o grupo de aliados do senador Cid Gomes (PDT-CE) que pediram desfiliação do PDT.

Cid, ainda no PDT, articula um novo destino para um contigente que se aproxima de 60 correligionários. O desejo de ter todos eles na mesma legenda é um obstáculo no diálogo com o PT.

“Não temos como comportar todo o grupo. São 43 prefeitos, além de 15 deputados. Isso tem repercussão em situações locais e regionais. Algumas (lideranças) têm alinhamento, não é dificuldade, mas outras têm contenciosos políticos com lideranças que estão no grupo do senador, então não é uma equação simples, talvez aí seja o gargalo”, disse Filho em entrevista ao Diário do Nordeste.

O PDT vive uma grave crise no Ceará. O grupo aliado de Cid contesta os movimentos da direção nacional, hoje sob o comando do deputado federal André Figueiredo, e da ala do ex-governador Ciro Gomes, irmão de Cid.

Enquanto isso, permanece a indefinição sobre o PDT no estado. A Justiça suspendeu neste mês a intervenção da Executiva Nacional no diretório, decisão que, na prática, devolveu o comando local da legenda a Cid Gomes, que havia sido retirado do poder e substituído, a partir da intervenção, por Figueiredo.

A crise acontece em meio a uma disputa entre os irmãos Ciro e Cid e envolve, entre outros pontos, discordâncias sobre a estratégia de se aliar ou não ao PT nas eleições municipais de 2024. A crise, porém, se intensificou no ano passado, devido a divergências em torno da corrida ao governo cearense.