O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “muito preocupante” o comunicado emitido pelo Banco Central ao anunciar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
O texto divulgado pela instituição nesta quarta-feira 22 não sinalizou eventuais cortes em um futuro próximo. Mais do que isso, abriu caminho para uma nova alta na Selic. O Comitê de Política Monetária apontou que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
“Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante”, disse Haddad. “O comunicado deixa em aberto, no momento em que a economia está se retraindo e o crédito está com problema, a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo.”
Segundo o ministro, as próximas decisões do Copom podem, inclusive, “comprometer o resultado fiscal, porque daqui a pouco haverá problemas das empresas para vender e recolher impostos”.
Haddad manifestou, ainda, esperança de que a ata da reunião do Comitê, a ser divulgada na semana que vem, atenue o tom adotado no comunicado desta quarta. “Vamos fazer chegar ao Banco Central nossa análise do que é mais recomendável para a economia brasileira encontrar o equilíbrio”, completou.
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