Com a desistência de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, de migrar do PSDB para o PSD e concorrer ao cargo de presidente da República, o partido de Gilberto Kassab poderá não ter um candidato próprio ao cargo, ao contrário do que gostaria o dirigente.
A tendência foi confirmada reservadamente a CartaCapital por um integrante da direção do partido. Segundo ele, o caminho deve ser seguido justamente para evitar novas decepções. “Acho difícil termos candidato a presidente. Primeiro foi o Pacheco, depois quase o Eduardo”, avaliou.
Recentemente, criou-se uma expectativa de que Kassab apoiasse Lula (PT) já no primeiro turno. Uma troca pública de acenos entre os dois políticos chegou a acontecer, mas não progrediu após o PSD apostar na migração de Leite. O plano B, no entanto, também não avançou depois de tucanos atuarem pela permanência do gaúcho nos seus quadros sob a perspectiva de uma desistência de João Doria na disputa. O governador paulista classificou a movimentação interna como ‘um golpe’.
Questionado se, neste novo cenário, o PSD estaria disposto a apoiar Lula ou se apostaria em uma neutralidade, o dirigente preferiu não comentar.
A neutralidade seria uma opção justamente para evitar ‘desgastes regionais’, já que há integrantes da legenda mais alinhados com Jair Bolsonaro, como é Ratinho Junior, no Paraná, e outros mais próximos a Lula, como Alexandre Kalil em Minas e Otto Alencar na Bahia. Há ainda alianças regionais com o PDT de Ciro Gomes. É o caso, por exemplo, do Rio de Janeiro, onde uma chapa entre o pedetista Rodrigo Neves e o ex-presidente da OAB, Felipe Santa Cruz (PSD), vem sendo construída para concorrer ao governo do estado.
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