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‘Coisa de miliciano’, diz Eduardo Braga sobre proposta de Flávio Bolsonaro para tirar armas do ‘imposto do pecado’

Relator da regulamentação da reforma e filho do ex-presidente discutiram durante a última sessão da CCJ

‘Coisa de miliciano’, diz Eduardo Braga sobre proposta de Flávio Bolsonaro para tirar armas do ‘imposto do pecado’
‘Coisa de miliciano’, diz Eduardo Braga sobre proposta de Flávio Bolsonaro para tirar armas do ‘imposto do pecado’
Os senadores Flávio Bolsonaro (PL) e Eduardo Braga (MDB) durante sessão da CCJ sobre a reforma tributária. Fotos: Foto: Pedro França/Agência Senado
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A retirada de armas e munições do Imposto Seletivo – também chamado de ‘imposto do pecado’ – foi aprovada nesta quarta-feira 11 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, mas não sem antes gerar intensa discussão protagonizada entre o relator da regulamentação da reforma tributária, Eduardo Braga (MDB-AM), e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O aumento tributário para armas e munições havia sido definido no relatório de Braga divulgado na segunda-feira 9, sob o argumento de que não seria sensato reduzir impostos dos itens perigosos como previa o texto aprovado na Câmara dos Deputados.

A medida, porém, enfrentou mobilização de bolsonaristas liderados por Flávio. Ao fim, a proposta de não adicionar os equipamentos ao grupo de itens que terá o ‘imposto do pecado’ saiu vencedora.

Ao argumentar em favor da retirada, Flávio Bolsonaro disse que a medida proposta por Braga poderia prejudicar policiais que usavam armas particulares para fazer treinamentos em clubes de tiro privados. Braga, subindo o tom de voz, rebateu: “Isso é coisa de miliciano”.

“Polícias militares que se prezam têm estande de tiro. [Polícias] Têm que treinar os seus policiais, têm que treinar os seus alunos quando passam no concurso público. Isso não é feito em estande de tiro privado e particular. Isso é feito para miliciano, isso é feito para segurança privada, isso é feito para quem usa armas”, disparou Braga a Flávio.

Irritado, o senador do PL alegou, então, que “miliciano não compra arma em loja” e, por isso, não iria a clubes de tiro. “[Miliciano] dá tiro em Polícia e inocente na rua, ele não vai para estande”, explicou o senador que já foi acusado, no passado, de ter relações com os grupos paramilitares.

Braga, apesar da acalorada defesa da proposta, não conseguiu votos suficientes para avançar. O texto, ao fim, foi aprovado na CCJ sem que armas e munições fizessem parte da lista de itens que receberão o Imposto Seletivo. A regulamentação da reforma tributária segue agora ao Plenário do Senado, onde deve ser votado nesta quinta-feira 12.

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