A viúva do ex-capitão Adriano da Nóbrega, Julia Mello Lotufo, apresentou uma proposta de delação premiada ao Ministério Público do Rio de Janeiro com o objetivo de resgatar a sua liberdade. A mulher cumpre prisão domiciliar sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro proveniente das atividades criminosas de seu ex-marido.
O acordo ainda não foi rechaçado e nem aceito. Em um dos anexos do acordo, Julia fala sobre a morte da ex-vereadora Marielle Franco, da qual Adriano é suspeito de participação. O conteúdo foi acessado com exclusividade pela revista Veja.
Ela contou que Maurício Silva da Costa, conhecido como Maurição, um dos chefes da milícia de Rio das Pedras, procurou Adriano, a pedido do ex-vereador Cristiano Girão, líder da comunidade de Gardênia Azul, para sondá-lo sobre a possibilidade de execução da vereadora.
De acordo com a viúva, o ex-capitão não aceitou a proposta primeiro porque o assassinato de uma parlamentar geraria enorme repercussão e se tornaria um problema para todos os milicianos da região. Segundo, porque Adriano achava que a atuação de Marielle em favor da população carente das comunidades jamais atrapalharia os negócios da milícia.
“Pelo amor de Deus, não traga esse problema para cá”, teria sido a resposta do ex-capitão. Tempos depois, ocorreu a execução. Adriano então convocou os integrantes da milícia de Rio das Pedras para pedir explicações. Segundo o relato de Julia, ele teve a certeza de que “Maurício deu ok para Girão no homicídio de Marielle” e que o executor foi Ronnie Lessa, preso e acusado pelo MP de matar a vereadora.
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