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Carlos Bolsonaro quebra silêncio e defende venda de joias recebidas durante mandato do pai

Alegação do filho de Jair Bolsonaro é de que a venda dos itens estaria dentro das determinações legais, impostas pelo TCU

O vereador Carlos Bolsonaro e Jair Bolsonaro seriam os principais envolvidos na operação do 'gabinete do ódio'. Foto: Reprodução/Facebook
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O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, saiu em defesa do pai na noite deste domingo 13 no caso das joias. Ele alega que o pai tinha o direito de manter no seu acervo pessoal os presentes luxuosos, podendo, inclusive, vender os itens recebidos em viagens oficiais enquanto era presidente do País.

“Todas as recomendações e determinações do TCU [Tribunal de Contas da União] foram fielmente cumpridas pela Presidência”, escreveu o vereador ao tratar do tema. Ele foi o único dos filhos do ex-capitão a se pronunciar abertamente sobre o caso. O próprio ex-presidente ainda não se manifestou.

Na sexta-feira, um esquema de venda de joias e outros presentes luxuosos recebidos por Bolsonaro foi revelado pela Polícia Federal. A corporação deflagrou uma operação que mirou militares que auxiliavam o ex-presidente diretamente no gabinete e o advogado da família, Frederick Wassef. Todos são acusados de usar a estrutura do Estado para enriquecer ilicitamente. A suspeita envolve peculato e lavagem de dinheiro.

Carlos Bolsonaro, em sua postagem, alega que uma mudança na regra sobre o que o presidente pode fazer com itens personalíssimos que ganha durante seu mandato teriam causado a confusão, que, segundo ele, já foi desfeita pelo TCU.

No texto, o vereador cita o fato de que, desde 1991, os presidentes podem vender itens considerados personalíssimos e que joias estavam inclusas no pacote até novembro de 2018. A regra, alega, só teria mudado em 2021. O argumento, porém, reforçaria que a ação do ex-capitão e aliados teria sido ilegal. Apesar disso, Carlos insiste que os itens foram devolvidos após ordem do tribunal. Novamente, a argumentação indica que o ex-presidente saberia que estava errado e só agiu depois de ação da Corte de contas.

A publicação, importante registrar, omite que nem todos os itens luxuosos foram devolvidos por Bolsonaro. Parte dele, conforme mostra investigação da PF, teria sido vendido por Mauro Cid e outros ajudantes de ordens do então presidente nos Estados Unidos. Há itens que ainda estariam no acervo do ex-capitão. Após áudios de Cid indicarem pagamentos ’em cash’ para Bolsonaro, o sigilo do ex-capitão e sua esposa Michelle foram quebrados.

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