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Carlos Bolsonaro buscou programa espião para monitorar ministros, diz site
Vereador teria aproveitado a primeira viagem presidencial a Israel, ainda em 2019, para tratar do sistema com representantes da empresa


O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, planejou importar o programa israelense de espionagem chamado Sherlock. A informação é do UOL.
Não foi a primeira vez que o vereador tentou adquirir uma ferramenta do tipo. Antes, Carlos tentou trazer para o Brasil o Pegasus, da desenvolvedora israelense NSO Group.
De acordo com o site, enquanto o Pegasus seria utilizado pelo governo como um “spyware” contra jornalistas, ativistas e desafetos políticos, o Sherlock seria utilizado para monitorar o próprio governo e para municiar a família Bolsonaro contra possíveis problemas internos no governo.
O Sherlock, ferramenta para espionagem de computadores e laptops, possui um submódulo apelidado de Devil’s Tongue, que aproveita falhas no Windows para invadir as máquinas. A maioria dos computadores do governo utiliza o programa da Microsoft.
A ferramenta espiã poderia ser utilizada para monitorar funcionários que manteriam contato com jornalistas e ativistas considerados “inimigos” pela atual gestão, fazendo a chamada “Abin paralela”.
Segundo fonte do portal no GSI, os alvos da família seriam as principais secretarias com status de ministério, como a Casa Civil, o próprio GSI, a Segov (Secretaria de Governo), a Secretaria-Geral da Presidência, a Secom (Secretaria de comunicação), entre outras estruturas governamentais.
Carlos Bolsonaro teria aproveitado a primeira viagem presidencial a Israel, ainda em março de 2019, para tratar do sistema com representantes da empresa em Tel Aviv, tendo como intermediário, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR).
No retorno, Rodrigues disse que a viagem serviu para “promover a cooperação” entre os países nas áreas de segurança pública e Defesa. “Como todos sabem, Israel tem um sistema extremamente avançado nessas questões de segurança pública e defesa”, afirmou o parlamentar à época.
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