O governo federal vem promovendo um “pente fino” no Bolsa Família, desde que o programa foi relançado no País, em março. Os dados atualizados apontam que, até julho, 934 mil beneficiários que diziam morar sozinhos foram retirados do programa.
Desde a retomada do programa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu regras para revisão dos cadastros conhecidos como unipessoais. Em abril, o governo promoveu um bloqueio temporário de 1,2 milhão de benefícios e passou a exigir, dali em diante, o recadastramento. Já em junho, o governo aplicou regras mais criteriosas para os cadastros unipessoais.
A categoria saltou de 15% para 27% do total de beneficiários, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o programa se chamava Auxílio Brasil. O aumento despertou na equipe do governo a necessidade de investigar possíveis fraudes.
Durante o governo anterior, os benefícios unipessoais saltaram de 2,2 milhões para 5,9 milhões. O aumento fez com que as famílias com duas ou mais pessoas diminuíssem no programa. Essas famílias, especificamente, sempre representaram a principal fatia do perfil dos benefícios. Antes da mudança do nome do programa de Bolsa Família para Auxílio Brasil, as famílias com duas ou mais pessoas representavam 85% dos beneficiários. O percentual caiu para 73% ao final do governo Bolsonaro.
A pessoa que reside com familiares não pode se cadastrar como família unipessoal. Para se cadastrar no Bolsa Família, o usuário deve preencher um termo de responsabilidade. Caso preste informações falsas, poderá não apenas ter o benefício cortado, mas ser obrigada a devolver os valores recebidos de maneira indevida.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, novas reduções no quantitativo de unipessoais devem ser feitas ainda em agosto.
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