O Ministério da Agricultura afirmou nesta quarta-feira 22 ter tomado providências após a confirmação de um caso de “vaca louca” no Pará. Como parte do protocolo, informou a pasta, foram suspensas as exportações de carne para a China.
“No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira”, acrescentou o ministério, chefiado por Carlos Fávaro.
O governo disse também ter comunicado o diagnóstico à Organização Mundial de Saúde Animal e enviado as amostras para o laboratório de referência da instituição em Alberta, no Canadá. O objetivo é confirmar se, como afirma o governo do Pará, o caso em questão é atípico, quando “surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano“.
De acordo com o governo federal, a doença foi registrada em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade de Marabá. O animal, criado em pasto, foi abatido e sua carcaça foi incinerada no local.
Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil haviam ocorrido em 2021, em Minas Gerais e em Mato Grosso. Na ocasião, os episódios também foram atípicos, mas a China suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.
Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa também chamada de Encefalite Espongiforme Bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.
Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, o que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. À época, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.
(Com informações da Agência Brasil)
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