CartaExpressa
Boulos se antecipa ao PSOL e reforça apoio ao PT: ‘É Lula presidente em 2022’
Em meio a negociações entre os partidos sobre as candidaturas ao governo de São Paulo, o partido ainda não oficializou o apoio ao petista


Pré-candidato pelo PSOL ao governo de São Paulo, o líder do MTST Guilherme Boulos, declarou apoio à candidatura de Lula (PT) em 2022. A declaração ocorre antes mesmo do PSOL oficializar o apoio ao petista e em meio a negociações entre os partidos sobre as candidaturas ao governo paulista.
“Viva o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Viva a classe trabalhadora. É Lula presidente em 2022”, antecipou Boulos ao fim da sua participação online no evento de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizada neste sábado 29.
PT e PSOL ainda não definiram as situações das candidaturas ao governo paulista, nem, oficialmente, se irão estar lado a lado no cenário nacional. Por enquanto, Boulos e Fernando Haddad devem se enfrentar nas urnas, com pesquisas indicando pequena vantagem do petista sobre o pré-candidato do PSOL.
Há divergências em torno das duas candidaturas. Uma ala defende que o PT deveria abrir mão do seu candidato para apoiar Boulos na disputa pelo governo. Em troca, o PSOL defenderia a candidatura de Lula. Há, porém, quem defenda que o PSOL deve abrir mão da candidatura de Boulos em SP para aumentar as chances de, pela primeira vez, o PT quebrar a hegemonia do PSDB no estado.
A declaração de Boulos parece ter antecipado algumas definições, mas coloca novas interrogações sobre quais os caminhos foram adotados pelas legendas para chegar ao acordo.
Em torno da candidatura de Haddad pesa ainda o impasse do apoio ou não do PSB, de Carlos Siqueira. O partido pode receber Geraldo Alckmin para formar a chapa nacional com Lula, em troca, porém, quer a desistência do petista e o apoio do partido a Márcio França para o governo de SP.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Alckmin vice de Lula é ‘mau sinal’ e ‘opção arriscada’, diz Guilherme Boulos
Por Thais Reis Oliveira e Leonardo Miazzo
Declaração de Freixo favorável a Haddad em São Paulo abre crise no PSB
Por Agência O Globo