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Bolsonaro é autoridade que mais bloqueia jornalistas nas redes sociais, diz site
Levantamento revela que presidente já impediu que 82 jornalistas e 6 veículos vissem suas publicações
O presidente Jair Bolsonaro (PL) é a autoridade brasileira que mais bloqueia jornalistas nas redes sociais, em especial, no Twitter, de acordo com o site Congresso em Foco com base em levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
De acordo com o levantamento, o ex-capitão já impediu que 82 jornalistas e 6 veículos vissem suas publicações. Ao todo, a Abraji identificou 315 bloqueios a profissionais da imprensa, destes, 291 foram realizados pelo presidente, seus filhos, ministros e secretários especiais ligados ao governo federal.
A medida reforça o título de ‘predador da liberdade de imprensa’ dado a Bolsonaro pela organização Repórteres Sem Fronteiras em julho de 2021. Na ocasião, o presidente brasileiro entrou para a lista ao lado de outros ‘tiranos’, como o líder da extrema-direita da Hungria, Viktor Orbán, e do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, envolvido na morte atroz do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Vale ressaltar ainda que, sob Bolsonaro, os ataques a jornalistas aumentaram 74% em apenas seis meses em 2021. Ao todo, foram 87 ataques promovidos pelo presidente no primeiro semestre do ano passado, superando os 50 promovidos no período anterior. O alvo principal de Bolsonaro foram as jornalistas mulheres.
A Abraji, responsável pelo levantamento divulgado nesta quarta-feira 12, já recorreu ao Supremo Tribunal Federal para reverter o bloqueio de profissionais da imprensa por parte do presidente. Na ação, a associação alega que a medida impede o direito constitucional de acesso dos jornalistas a informações públicas. O entendimento é de que o perfil de Bolsonaro, por divulgar informações do seu governo, seja de amplo interesse público.
Na ação, o procurador-geral da República, Augusto Aras, já se mostrou contra o pedido da Abraji. Segundo alegou Aras, os bloqueios por parte de Bolsonaro poderiam ser mantidos por se tratar de um perfil pessoal e não de uma mídia oficial do governo.
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