Bolsonaro confirma participação nos atos do dia 7 de setembro e diz que não fará ameaça

Mesmo com a negativa, o presidente voltou a afirmar que irá fazer 'o que o povo quiser', insinuando uma ruptura se houver clamor popular

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O presidente Jair Bolsonaro confirmou na manhã desta sexta-feira 20 que deve participar dos atos de rua no dia 7 de setembro. Desde que foram anunciados, os movimentos ganharam contornos golpistas e indícios ameaçadores. A confirmação do mandatário foi dada em conversa com apoiadores no cercadinho do Alvorada.

“Dia 7 vamos hasteá-la aqui com uma cerimônia militar às oito da manhã e às dez estamos aqui na Esplanada. Pretendo usar da palavra, não é uma palavra de ameaça a ninguém”, prometeu Bolsonaro após acompanhar a bandeira nacional sendo hasteada ao toque militar.

Em seguida, o presidente afirmou que, além de Brasília, participará dos atos em São Paulo, onde fará ‘o mesmo discurso’ de Brasília.

“Estaremos em São Paulo fazendo a mesma coisa. Pode ter certeza, vamos ter uma fotografia para o mundo do que vocês querem”, afirmou. “Eu só posso fazer alguma coisa se vocês assim o desejarem”, acrescentou sem deixar claro o que seria essa ‘alguma coisa’ a ser feita.

Recentemente, mensagens de tom ameaçador teriam partido do celular pessoal do presidente. No texto, o presidente convoca ‘direitistas’ a irem às ruas e pedirem um ‘necessário golpe’.

Outras declarações do chefe do Planalto também deram o tom de que, se houver clamor popular no dia 7, ele poderia sair do ‘limite das quatro linhas da Constituição’ e partir para uma ruptura democrática. O mandatário chegou a recorrer a uma interpretação enviesada e já rechaçada pelas autoridades de que o ‘golpe’ seria constitucional.


Há ainda outros atores envolvidos na organização dos atos do dia 7 de setembro que corroboram o tom golpista do evento. Um bom exemplo é o cantor sertanejo Sérgio Reis, que em áudio que se espalhou pelas redes sociais, prometeu ‘parar o Brasil’ neste dia, até que os ministros do Supremo Tribunal Federal fossem depostos, à força, se necessário. Após a repercussão, o artista se disse mal interpretado e disse que o discurso era ‘uma brincadeira’. As ameaças o colocaram como alvo na Polícia Federal do DF.

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