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Bolsonaro chama Collor de ‘meu senador’, destaca ‘amizade’ de Lira e omite rejeição popular ao governo
O ex-capitão declarou, sem apresentar dados, que tem ao seu lado ‘um povo que reconhece e apoia o trabalho do presidente’


O presidente Jair Bolsonaro participou, na tarde desta terça-feira 28, da entrega de moradias em Teotônio Vilela (AL), ao lado do senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL) e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Hoje estou me fazendo acompanhar do meu senador Fernando Collor de Mello e do velho amigo meu de PP, o deputado Arthur Lira”, disse o ex-capitão na abertura de seu pronunciamento. Após mencionar a alta nos preços dos combustíveis, alegou que “todos os dias temos alguns problemas” e que “pegamos um Brasil com sérios problemas éticos, morais e econômicos, mas aos poucos vamos cada vez mais se livrando (sic) desses problemas”.
Bolsonaro argumentou que “a questão da pandemia atingiu o mundo todo, não só no tocante a vidas, mas no abalo da economia” e que “a inflação está no mundo todo”.
Em discurso para sua base minoritária, afirmou que vê “menos a cor vermelha e muito mais o verde o amarelo” em suas viagens pelo Brasil. Também declarou, sem fornecer quaisquer dados, que tem ao seu lado “um povo que reconhece e apoia o trabalho do presidente”.
Pesquisa Datafolha divulgada em 16 de setembro indica que se mantém a tendência de alta na reprovação ao governo Bolsonaro. 53% dos entrevistados classificam a gestão como ruim ou péssima, a maior marca desde o início do mandato, em janeiro de 2019. Na rodada anterior, de julho, eram 51%.
Em 22 de setembro, levantamento Ipec apontou que nada menos que 42% dos brasileiros em idade de votar acham que o governo é péssimo. Para outros 11%, é ruim. A soma das avaliações negativas chega a 53%, quatro pontos percentuais acima do registrado em junho, quando foi feita a pesquisa anterior.
Além de avaliar o governo como um todo, o Ipec perguntou aos entrevistados como veem o desempenho pessoal do presidente no comando do País. Nesse caso, as opiniões negativas são ainda mais dominantes: 68% afirmaram que desaprovam Bolsonaro e 28%, que aprovam.
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