CartaExpressa
Barroso sai em defesa da Lava Jato e minimiza ‘eventuais excessos’
‘O problema é esta corrupção estrutural, sistêmica, institucionalizada’, disse o ministro do STF


O ministro Luís Robebrto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que “eventuais excessos” da Lava Jato, trazidos à tona pela divulgação de diálogos entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro, não podem desviar o foco da “corrupção sistêmica” no Brasil.
“Não é esse o ponto, alguém ter dito uma frase inconveniente ou não. É que estão usando esse fundamento para tentar destruir tudo o que foi feito, como se não tivesse havido corrupção”, disse Barroso em entrevista ao historiador Marco Antonio Villa, no YouTube. “O problema do Brasil foi a Lava Jato e os seus eventuais excessos, não foi a corrupção”, ironizou.
Segundo o ministro, “é claro que se tiver um excesso, ele deve ser objeto de atenção”, mas, na avaliação dele, “é preciso não perder o foco”.
“O problema não é ter tido exagero aqui ou ali. O problema é esta corrupção estrutural, sistêmica, institucionalizada, que não começou com uma pessoa ou um partido, vem de um processo acumulativo que um dia transbordou. E o que a gente assiste hoje é a tentativa de sequestrar a narrativa como se isso não tivesse acontecido”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.