Aumento no salário mínimo irrita mais o mercado que fraude de 40 bilhões na Americanas, diz Lula

O presidente criticou diretamente o bilionário Jorge Paulo Lemann, um dos 'acionistas de referência' da varejista

Lula e Jorge Paulo Lemann. Fotos: Evaristo Sá/AFP e AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) criticou o bilionário Jorge Paulo Lemann, um dos chamados “acionistas de referência” da Americanas. A empresa entrou em recuperação judicial no mês passado e declarou dívidas de 43 bilhões de reais.

Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles detêm 30,1% das ações da varejista, enquanto o segundo maior acionista, a gestora de fundos de investimento Capital Group, conta com 9,91%. Sicupira também integra o conselho de administração.

Em entrevista à RedeTV a ser exibida nesta quinta-feira 2, Lula afirmou que a fraude na Americanas não é uma mera “pedalada”, mas uma “motociata”.

“Esse Lemann era vendido como suprassumo do empresário bem-sucedido no Planeta Terra. Era o cara que financiava jovens para estudar em Harvard e formar um novo governo, era o cara que falava contra a corrupção todos os dias. Depois, ele comete uma fraude que pode chegar a 40 bilhões de reais“, afirmou o petista.

O presidente também questionou o fato de o “mercado” reagir negativamente a propostas do governo voltadas, por exemplo, à distribuição de renda, enquanto adota uma postura paciente frente a um rombo bilionário como o da Americanas.

“Qualquer palavra que você fale na área social – ‘vou aumentar o salário mínimo em 10 centavos’, ‘vamos corrigir o IR’ – o mercado fica nervoso, fica muito irritado. Agora, um deles joga fora 40 bilhões de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta e esse mercado não fala nada, fica em silêncio”, prosseguiu. “Por que tanto amor pelos grandes e tanto desinteresse pelos menores?”


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.