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O que dizem Hamas, Jihad Islâmica e Israel sobre ataque a hospital que matou centenas em Gaza
Segundo autoridade do enclave, pelo menos 200 pessoas morreram e centenas ficaram feridas
Um bombardeio nesta terça-feira 17 matou pelo menos 200 pessoas e feriu centenas em um hospital da Faixa de Gaza, gerando uma onda de indignação internacional na véspera da chegada do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel.
Prontamente, o Ministério da Saúde de Gaza, comandado pelo Hamas, informou que entre 200 e 300 pessoas morreram na explosão provocada pelo “ocupante [Israel]” contra o Hospital Al-Ahli Arab.
“O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, assim como pessoas deslocadas à força”, diz o comunicado, a denunciar um “crime de guerra”.
Horas depois, Israel atribuiu o bombardeio à falha no lançamento de um foguete pela Jihad Islâmica, outra organização palestina operante no enclave.
“De acordo com informações de inteligência de diversas fontes de que dispomos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo lançamento fracassado do foguete que atingiu o hospital”, sustenta uma mensagem divulgada pelas Forças de Defesa de Israel.
Na mesma direção, o primeiro-ministro israelense, o extremista de direita Benjamin Netanyahu, escreveu nas redes sociais que “o mundo inteiro deveria saber que foram terroristas em Gaza que atacaram o hospital, e não as Forças de Defesa de Israel”.
A Jihad Islâmica, por sua vez, nega a versão de Israel e diz não ter ligação com a explosão.
“O inimigo sionista está tentando fortemente fugir da responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o Hospital Nacional Árabe Batista [Al-Ahli Arab], em Gaza, por meio de sua habitual fabricação de mentiras”, declarou o grupo em um comunicado. “Nós afirmamos, portanto, que as acusações feitas pelo inimigo são falsas e infundadas.”
Já o Hamas culpa Israel pelo bombardeio, mas ressalta também a responsabilidade dos Estados Unidos. Segundo o grupo palestino, Washington deu aos israelenses “a cobertura para a sua agressão”.
“O massacre no hospital confirma a brutalidade do inimigo e a extensão do seu sentimento de derrota”, disse um dos líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, acrescentando que o ataque será “um novo ponto de inflexão”.
Haniyeh ainda instou os palestinos “a sair e enfrentar a ocupação e os colonos”.
A Jordânia, um país que mantém relações diplomáticas com Israel e que receberia nesta quarta Joe Biden, afirmou que Tel Aviv carrega “a responsabilidade” pela tragédia.
Diversos políticos e entidades em todo o mundo reagiram ao bombardeio contra o hospital em Gaza. A Organização Mundial da Saúde condenou veementemente a explosão e ressaltou que “o hospital estava em funcionamento, com pacientes, cuidadores e pessoas deslocadas internamente que buscavam refúgio lá”.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que administra a Cisjordânia ocupada, decretou um luto de três dias “em toda a Palestina pelas vítimas do brutal ataque aéreo israelense”.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, se disse “horrorizado” com o ataque. “Meu coração está com as famílias das vítimas. Os hospitais e o pessoal médico são protegidos pelo direito internacional humanitário”, publicou no X.
Israel impôs um cerco total a Gaza e bombardeia o enclave de cerca de 2,4 milhões de habitantes desde o ataque contra seu território, em 7 de outubro, executado pelo Hamas.
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