O doleiro Alberto Youssef ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de investigação contra o ex-juiz Sergio Moro pela manipulação de provas relacionada à Lava Jato. A ação acusa o atual senador de atuar irregularmente para omitir a existência de um grampo ilegal na cela do doleiro.
A ação está em sigilo no STF, mas seu teor foi revelado pela jornalista Daniela Lima, da GloboNews, nesta quinta-feira 21. De acordo a publicação, a defesa da Youssef juntou depoimentos, relatórios internos da Polícia Federal e até trechos de decisões de Moro como juiz para fundamentar o pedido de investigação.
O foco é desvendar a manipulação de Moro no caso do grampo. Naquela ocasião, conforme material interno da PF ao qual CartaCapital teve acesso, o grampo clandestino funcionou entre 17 e 28 de março de 2014.
Após a defesa de Youssef denunciar a ação ilegal, a PF abriu um procedimento interno. A apuração, conduzida nos meses seguintes pela Corregedoria-Geral, concluiu que “restou comprovada a existência de indícios” da instalação do equipamento de interceptação ambiental.
Com a confirmação em mãos, o doleiro sustenta no STF que Moro, mesmo ciente da conclusão da sindicância, agiu para blindar os agentes que instalaram a escuta. Ele também argumenta que partiu do então juiz o obstáculo criado para que Youssef e outros presos pela operação tivessem acesso ao conteúdo do grampo ilegal.
Segundo a jornalista da GloboNews, o pedido está no STF desde sexta-feira 15. O ministro Dias Toffoli, responsável por avaliar a questão, solicitou manifestação da Procuradoria-Geral da República. O ex-juiz e atual senador, Sergio Moro, se limitou a dizer que o tema já foi analisado e arquivado e que, portanto, se trataria de calúnia.
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