CartaExpressa
AGU alega ‘menção indevida’ a Bolsonaro e tenta barrar investigação de escândalo no MEC
O órgão pediu ao TSE o arquivamento de um pedido de apuração protocolado pelo PT em meio ao lobby de pastores na pasta
A Advocacia-Geral da União defendeu que o Tribunal Superior Eleitoral arquive um pedido de investigação apresentado pelo PT contra o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por favorecimento a pastores no repasse de verbas da pasta.
O órgão de defesa do governo alega ter havido uma “menção indevida” a Bolsonaro em meio ao escândalo do gabinete paralelo no MEC. Diz também que o PT não “apresentou quaisquer elementos fáticos, tampouco indícios mínimos, de prática de ato ilícito pelo representado Jair Messias Bolsonaro”.
Em março, o jornal Folha de S.Paulo divulgou um áudio que confirma a influência de líderes religiosos sobre o repasse de recursos. Na gravação, o então ministro Milton Ribeiro admite priorizar, a pedido de Bolsonaro, o envio de verbas a prefeituras indicadas por Gilmar Santos e Arilton Moura, da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse Ribeiro em reunião com prefeitos e os dois líderes religiosos. “Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos que são amigos do pastor Gilmar.”
Na ação enviada ao TSE, o PT cobra providências contra Bolsonaro e Ribeiro. Diz trecho do documento: “As práticas brevemente aqui descortinadas indicam, sem sombras de dúvidas, que uma pasta ministerial e os recursos públicos a ela vinculados, por seu ministro de Estado, vêm sendo usados politicamente e economicamente para beneficiar a candidatura à reeleição do atual presidente da República, configurando, objetivamente, abuso de poder político e econômico, com potencialidade real de interferência no postulado da igualdade que deve balizar as eleições”.
Relacionadas
CartaExpressa
TSE condena União Brasil a devolver R$ 765 mil por gastos irregulares do PSL em 2018
Por Marina VereniczCartaExpressa
CCJ da Câmara escolhe o bolsonarista Ricardo Salles para ser o relator da PEC das Drogas
Por André LucenaCartaExpressa
Incêndio em pousada de Porto Alegre deixa ao menos 10 mortos
Por CartaCapitalCartaExpressa
Lira aumenta em 60% as diárias de deputados para viagens a trabalho
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.