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Agentes da Abin furaram fila de vacinação com aval do Exército

O caso é alvo de investigação do Ministério Público Federal

Foto: Natalia Kolesnikova/AFP
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Funcionários da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) por furarem a fila de vacinação com o aval do Exército e sem autorização do Plano Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Os agentes foram vacinados de forma secreta junto com os militares da ativa em Brasília. A imunização dos integrantes da Abin não estava prevista no PNI.

A informação de que os agentes não integram o grupo prioritário do plano foi confirmada pela área técnica do PNI à procuradora da República Ana Carolina Roman, responsável pelas investigações do caso no MPF.

“No PNI, esses profissionais não estariam contemplados, por não disporem de ações diretas [relacionadas à atuação em segurança]”, afirmou Caroline Gava, técnica do plano em reunião com Roman no dia 1º de julho.

O MPF investiga agora os motivos do privilégio dado pelas Forças Armadas aos agentes da Abin. Segundo apurou Roman, uma lista sigilosa de nomes foi enviada diretamente ao Exército para que agentes fossem vacinados.

Segundo informou Osnei Okumoto, secretário de Saúde do DF, ao Ministério Público, os agentes da Abin foram vacinados para atender um pedido da Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência. A informação foi confirmada também pelo diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.

O diretor-geral, no entanto, defendeu a iniciativa: “não se pode deixar de afirmar o caráter de órgão de segurança de Estado e da sociedade da Abin, bem como a essencialidade da atividade de inteligência”, respondeu Ramagem ao MPF.

O caso veio à tona um dia após reportagens revelarem que o governo Bolsonaro atuou para colocar todo o efetivo da Forças Armadas de Brasília – quase 30 mil militares – nos primeiros lugares da fila de vacinação, também contrariando o que prevê o PNI. A prioridade dada aos militares é alvo de investigações no MPF.

O Exército e o Ministério da Defesa não se posicionaram sobre o caso.

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