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Acusada de ser funcionária fantasma de Bolsonaro, Wal do Açaí reaparece em vídeo com ex-capitão
‘Deu tudo para mim na minha vida há mais de 37 anos’, disse Wal no vídeo


Apontada como funcionária fantasma do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ele ainda era deputado federal, Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí, apareceu em um vídeo dele durante visita à Vila de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ), no último sábado, 8 de abril.
Nas redes sociais, o vídeo gravado pelo assessor especial do ex-presidente, Max Guilherme Machado De Moura, mostra Bolsonaro tirando foto com eleitores da vila e, em seguida, Wal surge. Ao lado de Max ela comenta sobre sua relação com o antigo chefe:
“Estou tremendamente emocionada. Sei que vou ser manchete de novo… Meu eterno presidente, meu amigo, meu tudo, minha família. Deu tudo para mim na minha vida há mais de 37 anos“, disse Wal no vídeo.
O assessor então reforça: “Essa aqui é a Wal. Excelente companheira, parceirona, amiga nossa, tá na luta. Wal do açaí”.
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Moradora da região, Wal disputou a eleição para vereadora em 2020 com o nome ‘Wal Bolsonaro’ e, após a derrota, foi nomeada para um cargo na prefeitura de sua cidade.
Atualmente ela exerce o cargo de “Coordenadora Técnica da Vila Histórica, da Assessoria da Região Sul, da Superintendência de Regionais, da Secretaria-Executiva de Serviço Público, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade”.
Em março de 2022, Wal foi acusada pelo Ministério Público Federal, junto com o ex-presidente, de ser funcionária fantasma do gabinete de Bolsonaro entre 2003 e 2018, quando ele era deputado federal.
Apesar de estar oficialmente lotada na capital à época, ela afirmou “nunca ter ido a Brasília” em depoimento prestado ao MPF. O mesmo foi confirmado por Bolsonaro.
Diante o prosseguimento das investigações, a Advocacia-Geral da União, órgão do governo federal, assumiu a defesa de Wal. A ex-secretária foi a única funcionária comissionada da Câmara dos Deputados representada pela AGU nos últimos oito anos, e por conta disso a Justiça Federal investiga se o órgão atuou ilegalmente no caso.
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