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Acossado pelo Supremo, Musk baixa o tom e diz que o X ‘respeita as leis’ no Brasil

No fim de semana, o bilionário ameaçou desobedecer a Justiça brasileira e reativar contas suspensas, mas ainda não cumpriu a promessa

Foto: Alain Jocard/AFP
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Em meio ao arrastar de uma contenda iniciada por um punhado de postagens no X, o bilionário Elon Musk parece ter baixado o tom na ofensiva ao Supremo Tribunal Federal – e, mais especificamente ao ministro Alexandre de Moraes.

Dessa vez, usando o perfil oficial do X para assuntos internacionais, ele e a plataforma destacaram o que consideram o ‘cerne’ do debate: o fato de considerarem que “algumas das ordens judiciais” que o antigo Twitter recebeu não estão em conformidade com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição brasileira.

“As pessoas devem saber por que sua conta está bloqueada ou por que estão sendo investigadas, e devem ter direito ao devido processo para se defenderem em um tribunal público”, diz a plataforma, em comunicado oficial. Já Musk limitou-se a dizer que o X ‘respeita as leis do Brasil’ e que, diante de uma suposta ‘ordem para infringir a lei’, deveria negar-se a cumpri-la.

O caso em questão envolve usuários acusados de ameaçar a democracia e o processo eleitoral, no âmbito do inquérito 4781, conhecido como Inquérito das Fake News, e outras investigações. As suspensões foram determinadas em 2022, ano da disputa presidencial, e em 2023, quando eclodiram os atos do 8 de Janeiro em Brasília.

No fim de semana, Musk ameaçou desobedecer a Justiça brasileira e reativá-las, mas ainda não cumpriu a promessa. Os comentários levaram Moraes a determinar, na noite de domingo 7, a inclusão do bilionário no chamado inquérito das milícias digitais. O ministro determinou, ainda, uma multa diária de 100 mil reais para cada perfil bloqueado que Musk reativar nas redes.

Ainda no comunicado, o X afirmou ter recorrido diversas vezes da decisão, mas que os pedidos não avançaram. A plataforma também pediu que o STF libere acesso aos sigilos e julgue os recursos ‘sem demora’.

Dono de um fortuna avaliada em quase 200 bilhões de dólares, Elon Musk se tornou o golden boy da ultradireita – que, no Brasil e no mundo, tomou para si a defesa da bandeira da liberdade de expressão, quase sempre como disfarce para garantir que seus interesses circulem livremente pelas plataformas digitais, hoje tão ou mais poderosas que o poder político formalmente constituído.

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