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As urnas são seguras e as eleições vão ocorrer, afirma Gilmar Mendes
Em entrevista, o ministro do Supremo defende o voto eletrônico e avalia a postura do presidente Jair Bolsonaro
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou em entrevista ao Jornal da CBN nesta segunda-feira 12 que “não é função das Forças Armadas fazer ameaças à CPI ou ao Parlamento”. O magistrado defendeu ser preciso evitar tensões dispensáveis ou desnecessárias, sendo importante neste momento proteger a democracia.
Quanto ao tom agressivo que o presidente Jair Bolsonaro tem adotado ao falar da Corte e de seus integrantes, o ministro avaliou que o mandatário, muitas vezes, fala para o seu grupo. “Prega para convertidos e não raras vezes ele exagera”, nas palavras dele.
O ministro também avaliou que o STF tem contribuído para a gestão federal, inclusive poupado o governo de erros mais crassos.
“Na pandemia, nós ajudamos muito ao tomarmos medidas que direcionaram o governo, simplificando o processo de aprovação das medidas provisórias, dispensando de determinados atendimento de disposições da lei de responsabilidade fiscal e arbitrando os conflitos entre União, estados e municípios”, disse.
Em relação às falas de Bolsonaro sobre fraude nas eleições, Mendes afirmou que esse “é um tipo de lenda urbana que galvaniza o grupo de apoiadores do presidente. Mas entendo que isso é tão consistente quanto a mensagem que diz que o homem não foi à lua”.
De acordo com o ministro, não há fraude no processo eleitoral eletrônico e nenhum ministro está envolvido na missão de interferir no pleito. “Pelo contrário, havia fraude no sistema manual de votação”.
O fato de muitos apoiadores do presidente, que não eram tão conhecidos na política em 2018, terem sido eleitos é uma demonstração de que as urnas são seguras, na visão do magistrado.
“Os senhores já tinham ouvindo falar de Hélio Negão? De Bia Kicis? Nenhum de nós tinha ouvindo falar deles. Eles vieram nesse arrastão provocado pelo presidente, o que prova que a urna é fiel aos votos que lá foram depositados”, declarou.
Mendes afirmou ainda que o novo integrante da Corte, que deverá substituir Marco Aurélio Mello, deve ser um terrível defensor da Constituição e que a questão da religião não é fundamental.
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