CartaExpressa
A tese proposta por Mendonça nas ações que questionam a proibição do ensino de linguagem neutra nas escolas
O ministro do Supremo Tribunal Federal é o relator das ações que tentam derrubar leis municipais que tratam do tema


O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, apresentou, nesta sexta-feira 11, sua versão da tese a ser adotada em julgamentos que questionam a constitucionalidade de leis estaduais e municipais que proíbem o ensino de linguagem neutra nas escolas.
Mendonça é o relator de dois processos que começam a ser analisados nesta sexta-feira no plenário virtual do Supremo. Ele sugeriu, ao votar, que o tribunal estabeleça uma tese para servir como baliza a outras ações semelhantes em tramitação.
A tese proposta pelo ministro diz que estados e municípios não podem proibir o ensino de linguagem neutra nas escolas. Mendonça sustenta que, ao tentar versar sobre como a língua deve ser ensinada, cidades e estados violaram competências estabelecidas na Constituição Federal.
“Sugiro que seja fixada a seguinte tese de julgamento: é formalmente inconstitucional norma estadual ou municipal que disponha sobre a língua portuguesa, por violação à competência legislativa da União“, escreveu Mendonça ao final do seu voto nesta sexta-feira.
O ministro, aliás, seguiu a própria tese e votou para declarar inconstitucional as duas legislações municipais questionadas nas ações no STF. Até aqui, apenas ele votou nas ações.
Se o voto de Mendonça for seguido pela maioria, ficarão inválidas a lei municipal nº 6.800/2023, do município de Muriaé (MG), e os artigos 1º, 3º e 4º da Lei municipal nº 13.154/2022, de Porto Alegre (RS).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

STF começa a julgar ações que questionam leis municipais contra linguagem neutra nas escolas
Por CartaCapital
Boulos chama de ‘absurdo’ hino brasileiro com linguagem neutra em comício
Por CartaCapital