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A resposta do governo Lula a novas ameaças dos EUA após condenação de Bolsonaro
O Ministério das Relações Exteriores sustenta que o julgamento ocorreu ‘com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988’


Horas após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ameaçar o Brasil com novas sanções em razão da condenação de Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira 11, o Itamaraty divulgou uma nota na qual afirma que a democracia brasileira não se intimidará com”agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem”.
Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão. Outros sete réus da mesma ação penal também foram sentenciados a penas que chegam a 26 anos de detenção, além de multa e perda de mandato e funções públicas.
No texto, o Ministério das Relações Exteriores sustenta que o julgamento ocorreu “com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988” e que “as instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”.
“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia“, afirmou o Itamaraty.
Mais cedo, o presidente Donald Trump se disse “surpreso” e “insatisfeito” com o julgamento e declarou que o resultado é “terrível”. Ao ameaçar o Brasil com novas sanções, o secretário dos EUA chamou o ministro Alexandre de Moraes de “violador de direitos humanos” e avaliou a condenação de Bolsonaro como “injusta”.
O alinhamento do governo Trump a Bolsonaro não é novidade. Em agosto, a Casa Branca impôs tarifas de 50% sobre a importação de diversos produtos brasileiros, cancelou vistos de autoridades e recorreu à Lei Magnistky para punir Moraes, relator da ação penal sobre a tentativa de golpe.
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