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O que dizem os petroleiros sobre a demissão de Prates e a nova presidente da Petrobras

Segundo o coordenador-geral Deyvid Bacelar, as ideias de Magda Chambriard estão alinhadas com as da federação

Foto: FUP
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa os trabalhadores da Petrobras, divulgou, nesta quarta-feira 15, um posicionamento atualizado sobre a demissão de Jean Paul Prates do comando da empresa e as expectativas em relação à nova presidente, Magda Chambriard.

Na nota, a FUP destaca a importância de construir um relacionamento com a nova presidência da Petrobras. Segundo o coordenador-geral Deyvid Bacelar, as ideias de Magda Chambriard estão alinhadas com as da federação, especialmente no que diz respeito ao fortalecimento da indústria naval nacional, ao conteúdo local e à expansão do parque de refino.

Ele também enfatizou a necessidade de a presidente colaborar para cumprir o cronograma estabelecido pelo presidente Lula (PT), enfrentando, em particular, os desafios impostos pelo mercado e por uma parcela da corporação da Petrobras que resiste à proposta.

Também foi destacada a necessidade de atenção à agenda interna para resolver questões estruturantes da categoria petroleira, como plano de previdência, plano de saúde, um novo plano de cargo e salário e a reposição de efetivos. Segundo os sindicalistas, a reconquista de direitos trabalhistas perdidos foi um mote da gestão de Prates.

A FUP também propõe atenção a avanços na agenda da empresa, como o apoio à indústria naval, com a retomada de encomendas da Petrobras no Brasil, e também ações do governo, como aumentar o índice de conteúdo local, reduzir as taxas de financiamento ao setor com a intervenção de bancos públicos, e utilizar recursos do Fundo da Marinha Mercante.

“Uma agenda de trabalho com grande potencial de geração de emprego e renda rapidamente”, resumiu Bacelar, defendendo também a necessidade de reduzir o alto índice de afretamento de plataformas e incentivar a construção de plataformas e navios próprios da Petrobras. A lista de reivindicações inclui ainda avanços nas obras de expansão da refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), Gaslub (RJ), a reabertura das fábricas de fertilizantes, como a Fafen do Paraná, e a conclusão da fábrica de Mato Grosso do Sul.

A derrubada de Prates

Após menos de dois anos no comando da Petrobras, Prates foi demitido por Lula na noite de terça-feira. A dispensa do ex-senador do comando da empresa ocorre após longo processo de fritura encabeçado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Sua degola teve também o apoio de Rui Costa, da Casa Civil, devido a divergências sobre a política de distribuição de dividendos da empresa.

No auge da crise entre Prates e os ministros, a Federação chegou a chamar de ‘espancamento’ o processo político movido pelos ministros contra o então presidente.

Para dispensar o aliado, Lula teria alegado não mais concordar com os rumos da empresa sob a gestão de Prates. O agora ex-presidente da companhia de petróleo também disse respeitar a decisão do mandatário, mas culpou os dois ministros citados pela medida. Segundo alegou Prates, ele foi vítima de uma ‘intriga palaciana’.

Para o lugar de Prates na Petrobras, Lula escolheu a engenheira Magda Chambriard. Ela já atuou como diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

Em relação à escolha de Magda Chambriard para o cargo, a FUP disse ter “confiança de que será mantida a boa relação com a futura gestão”.

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