‘A corda está muito esticada’, alerta o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello

O ex-decano do Supremo mostrou preocupação os ataques e ameaças recentes de Bolsonaro aos ex-colegas de Corte

O ex-ministro Marco Aurélio Mello. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está ‘esticando a corda’ com os ataques e ameaças feitas ao Poder Judiciário. A declaração foi dada ao jornal Valor Econômico deste sábado 7.

“A corda está muito esticada. Falta compreensão, temperança e serenidade. Perdem as instituições, a democracia e a República”, alertou o ex-decano do Supremo.

Mello se refere aos ataques recentes de Bolsonaro aos ministros do STF e ao Judiciário. Na última semana, o presidente chegou a ameaçar Alexandre de Moraes dizendo que ‘a hora dele iria chegar’. Barroso foi chamado de ‘filho da puta’ em vídeo publicado pelo presidente e foi alvo de mentiras durante discurso de Bolsonaro a empresários em Santa Catarina.

Bolsonaro subiu o tom dos ataques após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comandado por Barroso, iniciar investigação para apurar as declarações falsas sobre as urnas eletrônicas dadas por ele. No STF, o presidente ainda viu seu nome ser incluído no inquérito das Fake News por Moraes.

Após os ataques, o presidente da Suprema Corte, Luiz Fux, fez duras críticas a Bolsonaro e cancelou um encontro previsto com os chefes de todos os Poderes. Em seguida, Fux se encontrou com o procurador-geral da República, Augusto Aras. O PGR tem sido pressionado por diversos setores para ter uma ação mais efetiva contra os ataques do presidente.

O presidente também vê o apoio a sua principal bandeira, o voto impresso, diminuir. Na sexta 6, a proposta foi rejeitada na comissão especial da Câmara que analisa o tema. Ainda assim, será apreciada em Plenário, como prometeu Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa e grande apoiador de Bolsonaro.


O revés, acirrou as ameaças do chefe do Planalto para as eleições em 2022. Em diversas ocasiões, indicou uma ruptura democrática caso sua proposta não avance.

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