O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) afirmou nesta segunda-feira 30, em depoimento à Polícia Federal, não ter relação com pessoas suspeitas de organizar um ato antidemocrático em 7 de setembro. Também disse que não apoia ataques às instituições brasileiras.
Os detalhes da oitiva, realizada no âmbito de um inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República, foram divulgados pelo jornal O Globo. À PF, Otoni disse não ter ligação com outros alvos de uma operação deflagrada pela corporação neste mês, como o cantor Sérgio Reis e o caminhoneiro Zé Trovão.
“(Otoni de Paula) esclarece que suas falas sobre forçar o Senado Federal a abrir processo de impeachment contra dois ministros do STF e de parar o País por tempo indeterminado estão sob a proteção da Constituição Federal”, diz um dos trechos do depoimento.
O bolsonarista alegou que não apoia ou financia “qualquer movimento que atente contra a democracia ou os Poderes constituídos”. Também declarou à PF que “não tem conversa, escrito ou áudio que promova ou incite a violência contra quem quer que seja, e mesmo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal”.
Em 20 de agosto, a PF fez buscas e apreensões na casa de Otoni de Paula, no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada por Moraes. No dia da operação, o bolsonarista publicou um vídeo em que se refere ao ministro como “déspota” e “tirano”.
“Não vou recuar um milímetro. Não fica nervosa, não, esposa. Não vou recuar, dentro do que a democracia me permite, que a Constituição me permite”, afirmou na gravação. “Se alguém pensa que vou deixar de ter a mesma postura, não vou deixar de jeito algum”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login