Vaza Jato: Dallagnol interferiu para colocar juiz aliado no lugar de Moro

'Precisamos de um coringa', escreveu o procurador em mensagens divulgadas pelo The Intercept

Deltan Dallagnol, pré-candidato a deputado federal pelo Paraná. Foto: Evaristo Sá/AFP

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Novas mensagens divulgadas pelo The Intercept nesta terça-feira 13 mostram que procuradores da Lava Jato atuaram  para interferir na sucessão do ex-juiz Sergio Moro nos processos da operação em primeira instância.

 

 

 

Em dois áudios enviados pelo Telegram em janeiro de 2019, o coordenador da força tarefa Deltan Dallagnol elenca os principais candidatos à vaga, elege os preferidos e esboça o plano em andamento para afastar quem poderia “destruir a Lava Jato”.

“Aí ontem os juízes estavam preocupados e conseguiram fazer, conseguiram convencer o número 1 da lista, o que é ótimo para nós, assim, simbolicamente, a aceitar o desafio de ir para a 13ª”, celebrou Dallagnol, em áudio.


O primeiro da lista dos procuradores era o juiz Luiz Antônio Bonat, de 64 anos, que herdou a cadeira de Moro por ser o mais antigo juiz federal em atividade na jurisdição do TRF4.

As conversas dão a entender que Bonat resistiu a entrar na disputa e que foi convencido a concorrer por colegas e procuradores que “estavam preocupados” com a vitória iminente de alguém visto com desconfiança pela Lava Jato: Julio Berezoski Schattschneider, um juiz que atuava em Santa Catarina.

 

 

 

Nas mensagens, Dallagnol apresentou aos colegas um prognóstico sobre os potenciais postulantes, endereçado especificamente a Januário Paludo, um dos veteranos da força-tarefa.

 

 

 


O coordenador da força tarefa afirmava, nas conversas, que juízes federais alinhados à Lava Jato “estavam preocupados” com a possibilidade de que Schattschneider ficasse com a vaga de Moro e, por isso, conseguiram convencer Bonat a se inscrever de última hora, “por amor à camisa”.

 

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