Regina Duarte defende Bolsonaro e ironiza filas de saque do auxílio emergencial

A fala da secretária de Cultura vai na contramão do que está acontecendo com trabalhadores no Brasil

Regina Duarte e Jair Bolsonaro (Foto: Carolina Antunes / PR)

Apoie Siga-nos no

A secretária especial de Cultura, Regina Duarte, fez um post em seu Instagram neste sábado 09 defendendo o presidente Jair Bolsonaro e ironizando as grandes filas que estão se formando em frente à Caixa Econômica Federal para sacar o auxílio emergencial.

“Desde março/20… Foi superanunciado. Quem precisava de auxílio para enfrentar a pandemia foi atrás. Quem não precisava… Está cobrando auxílio até hoje! Então… Vai lá! Nem tem mais que enfrentar fila grande”, declarou a atriz, usando a hashtag Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.

A fala da atriz vai na contramão do que está acontecendo com trabalhadores no Brasil. Ela afirma que quem precisava foi atrás, mas a realidade é que muitas pessoas ainda não conseguiram. Em entrevistas a CartaCapital, solicitantes relatam atraso nos R$ 600 e mostram como a pandemia está afetando diretamente a vida de quem é informal no país. 

Mais cedo, Regina compartilhou um vídeo da crise na Venezuela e escreveu uma reflexão sobre a quarentena por conta do coronavírus na legenda. “Desculpem começar este sábado com a morbidez de um vídeo tão ao gosto dos radicalismos de esquerdas e direitas neste momento”, disse a secretária.

“Covid -19. Trata-se de um apelo à consciência de quem não consegue respeitar as importantes medidas que estão sendo tomadas por este Governo BR desde que o vírus se inoculou em nossa sociedade. Trata-se de importante anunciação do pré-letal a que estamos sendo, pelo ‘vírus’, empurrados qual manada: miséria, fome, violência”, concluiu Regina.

Essa é a primeira declaração da secretária após conceder uma entrevista ao canal CNN no qual causou indignação de artistas. Durante a entrevista, Regina Duarte afastou a possibilidade de uma possível demissão, afirmou que se mantem no cargo, e assumiu dificuldades no cargo. “Tenho tido muitas dificuldades técnicas e burocráticas de gestão, falo isso com humildade. Estou aprendendo muito”, declarou. Ainda emendou que a cobrança que recai sobre si é muito pesada.

“Pessoas à frente de cargos de gestão tem 100 dias para apresentar propostas, comecei a ser cobrada com 30”, declarou.

Ao término da entrevista, a secretária foi colocada diante um vídeo da atriz Maitê Proença, enviado à emissora, questionando a sua falta de diálogo com a categoria de artistas brasileiros, que vêm encontrando dificuldades de se manter em meio à pandemia. Visivelmente irritada, Regina Duarte disse que não comentaria as críticas da atriz. “Como assim entrar pessoas no meio da entrevista? Desenterrar mortos? Achei que a entrevista era com você”, se dirigindo ao repórter Daniel Adjuto, que estava em link ao vivo com os apresentadores.


 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.