Quem é Wagner Rosário, atual CGE do governo Tarcísio que esteve em reunião de trama golpista

Foi ele quem expressou, primeiramente, a preocupação com o fato da reunião estar sendo gravada; apesar da evidente participação no encontro, ele segue na composição do governo de São Paulo

Jair Bolsonaro e Wagner Rosário. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Apoie Siga-nos no

Um dos participantes da reunião de teor golpista do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é, atualmente, o Controlador Geral do Estado na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.

Trata-se de Wagner Rosário, que liderava a Controladoria Geral da União (CGU) à época do governo Bolsonaro. 

A reunião, que aconteceu em 5 de julho de 2022, foi marcada por ataques ao sistema eleitoral do país. 

No vídeo do encontro, divulgado na semana passada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estaria “passando por cima da Constituição”, com o objetivo de ajudar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A gravação também mostra que Rosário participou ativamente no encontro. Ele fala no momento em que os presentes discutem como fariam a fiscalização das urnas eletrônicas para a eleição presidencial.

“Eu recebi o último relatório de fiscalização da CGU e não tive coragem de mandar. O relatório estava horrível, uma m…, não falava nada com nada”, diz Rosário, ao se referir a uma fiscalização feita pelo órgão às urnas.


Segundo ele, “a forma como foi montada [a urna eletrônica] não permite uma fiscalização propriamente dita”.

Por esse motivo, Rosário defendeu que uma coalizão entre a CGU, a Polícia Federal (PF) e as Forças Armadas fosse montada para fiscalizar. “Aí, não é mais as Forças falando, são três instituição”, afirma. “E a gente tem de preparar para atuar em força-tarefa nesse negócio”, indica Rosário.

É de Rosário que parte a preocupação com o registro em vídeo do encontro.

No final do ano passado, em São Paulo, Tarcísio assinou um decreto alterando a regulamentação da Lei de Acesso à Informação no estado. A nova norma aumentou o rol de agentes públicos que podem, agora, classificar documentos no grau “ultrassecreto”. Na prática, trata-se de um fortalecimento da CGE chefiada por Rosário.

Em 2020, quando ainda atuava na Administração Federal, Rosário foi responsável, ao lado de Bolsonaro, por uma Medida Provisória (MP) que suspendia os prazos para pedidos de informação.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.