CartaCapital
Memória/ A serviço do Brasil
O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães honrou o Itamaraty
O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães era metódico e detalhista. Escrevia de forma compulsiva e fazia questão de compartilhar seus textos com amigos e jornalistas. Ideias organizadas em tópicos, argumentos expostos nos mínimos detalhes, visão abrangente da realidade, franqueza absoluta. Esteve ao lado do ex-chanceler Celso Amorim desde os tempos da Embrafilme e é um dos responsáveis por dar forma à diplomacia “ativa e altiva” que marcou o Itamaraty nos dois mandatos anteriores do presidente Lula, agora revivida. Amorim e Guimarães viveram altos e baixos no ministério, entre avanços e recuos, mas imprimiram, em parceria, uma marca. Ergueram a coluna vertebral da política externa do País após a ditadura e os anos de genuflexão de Fernando Henrique Cardoso. O esforço não foi em vão. Apesar dos estragos, o corpo diplomático brasileiro resistiu à invasão dos quadrúpedes e espécimes rastejantes na era Bolsonaro. Em uma nota longa e emocionada, Amorim, agora assessor especial da Presidência da República, despediu-se do companheiro. “Vale notar outra característica do Samuel: sua impressionante dedicação ao serviço público. Talvez haja algum outro servidor público tão devotado”, anotou. “Mas nenhum foi mais do que ele. Esta dedicação absoluta à causa pública e esta firmeza na defesa das ideias, contudo, não o impediam de conciliar – quando era necessário, politicamente, para alcançar um objetivo maior.”
Guimarães morreu na segunda-feira 29. Tinha 84 anos.
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