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Chega de mentiras, queremos empregos

As medidas pretendidas pelo governo não resolverão nenhum problema e deverão promover o caos na economia do País

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Por Antonio Neto*


Nos últimos cinco anos, os brasileiros acompanham, de forma até esperançosa, as promessas de geração de empregos por meio de milagrosas Reformas. As Medidas Provisórias (MPs) do governo de Dilma Rousseff que retiraram direitos, a Reforma Trabalhista de Michel Temer, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Teto dos Gastos, as privatizações, a Reforma da Previdência de Guedes/Bolsonaro, entre outras, foram vendidas como a solução da crise brasileira, que já dura quase 6 anos.

E como estamos agora? A sua vida melhorou? Empregos e oportunidades foram gerados? Não, a situação pirou, o Brasil está estagnado há mais de cinco anos e, novamente, aparecem os “doutores” liberais com a mesma receita para nos enganar: o corte de direitos por meio da carteira verde-amarela, repetindo a mesma ladainha de que o custo da mão de obra é elevado e, por isso, não há contratações. É preciso dar fim a essas mentiras.

A verdade é que o receituário liberal de Guedes/Bolsonaro não encontra um único parâmetro de sucesso na esfera mundial, pelo simples fato de que Paulo Guedes e Bolsonaro são a personificação da crise. Esse modelo recessivo, de ascendência das gestões de Joaquim Levy e Henrique Meirelles e radicalizado pelo atual ministro da Economia, é suicida para qualquer País que queira efetivamente se desenvolver.

Antes da crise econômica iniciada no segundo Governo Dilma, o Brasil, com todos os direitos e benefícios da proteção trabalhista, chegou a gerar um saldo de mais de 2 milhões de empregos. Fatores econômicos e crédito, além de investimentos públicos, eram o motor desse movimento. Eleita para o segundo mandato, Dilma aprofundou a linha liberal na economia e impôs a primeira leva de corte de direitos por meio de MPs que limitavam o acesso dos trabalhadores ao seguro desemprego e à Previdência. De lá para cá, foram dezenas de reformas e alterações que promoveram desregulamentações para chegarmos ao caos que vivemos na atualidade.

A Reforma Trabalhista de Temer prometia 2 milhões de empregos. Dois anos após a sua implementação, o Brasil saiu de 12,7 milhões de desempregados para 12,5 milhões. Explodiu sim a informalidade, a contratação de autônomos e intermitentes, que acentuaram a queda da renda e da proteção dos trabalhadores.

A Reforma da Previdência de Guedes manteve intactos todos os privilégios dos altos escalões dos servidores públicos, ampliou os salários e benefícios dos militares, maiores responsáveis pelos déficits, e impôs um corte astronômico dos benefícios dos pobres, além de estender a vida laboral (desempregada) de todos os trabalhadores.

Antes da pandemia do coronavírus, a taxa de desemprego medida pelo IBGE atingia 12,9 milhões de desempregados. Ou seja, após as reformas de Dilma, Temer e Guedes, as supostas reformas milagrosas fizeram com o Brasil aumentasse o número de desempregados ao invés de gerar mais. Após a pandemia e diante da inércia e incompetência do Governo Federal, é previsto chegarmos ao final do ano com índices próximos de 20% da população economicamente ativa, sem contar a falta de oportunidade até mesmo para o exército de trabalhadores informais que essas mentiras geraram, a exemplo dos entregadores de aplicativos que promovem um movimento nacional contra a semiescravidão que são submetidos por essas empresas estrangeiras.

Associado a uma queda brutal e constante da renda dos brasileiros, a falta de medidas no enfrentamento da pandemia por parte do governo nos levará para uma crise sem precedentes, com redução de até 10% do PIB, e o aumento de desemprego, principalmente, entre os informais, que já atinge quase 40 milhões de brasileiros, dos quais 5,8 milhões já havia perdido o trabalho segundo o IBGE.

Qual a grande medida estudada pelo “superministro” Paulo Guedes? Privatizar as empresas estatais que restaram e ampliar ainda mais a precarização do trabalho e diminuição da renda dos trabalhadores por meio da carteira verde-amarela-escravocrata, onde o contrato intermitente (contrato por hora trabalhada) será ceifada de outros direitos como FGTS e INSS.

As medidas pretendidas pelo governo não resolverão nenhum problema e deverão promover o caos na economia do País, mantendo esse ciclo criminoso de mentiras, depressão econômica, empobrecimento e destruição das esperanças do povo brasileiro. É preciso se insurgir contra essa barbárie. A mais perversa e destrutiva Fake News é divulgada há muitos anos pelos engravatados liberais.


*É presidente do PDT de São Paulo.

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