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Meia Hora faz contraponto à “editoria de guerra” do Extra
Jornais populares seguem caminhos distintos ao cobrirem intervenção federal no Rio
A intervenção federal no Rio divide opiniões na população, o que reflete na cobertura dos dois jornais populares de maior circulação no estado. Na edição deste sábado 16, o jornal Meia Hora destacou uma foto que mostra um morador de Vila Kennedy, na zona oeste da capital fluminense, tendo sua identidade fotografada por um soldado do Exército.
A estratégia adotada pelas Forças Armadas de fichar os moradores de diversas comunidades no Rio é ironizada pela publicação, que contrapõe a imagem a uma foto da orla de Ipanema e do Leblon esvaziada, sem qualquer abordagem militar ou policial. O jornal destacou ainda as críticas da OAB e da Defensoria Pública à prática, por considerarem uma violação aos direitos humanos.
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O jornal Extra deu menor destaque ao tema em sua edição deste sábado 24. Com a chamada “Moradores de favelas são fichados”, o periódico ressaltou que até idosos tiveram suas identidades fotografadas, mas não chegou a mencionar na capa as críticas de especialistas e órgãos contra a prática.
Desde o início da intervenção, Extra e Meia Hora demonstram ter narrativas distintas sobre o comando dos militares na segurança pública. Após o anúncio do decreto por Temer, o primeiro cobriu o nome “Rio” com uma faixa escrita “intervenção federal”. No topo, destacou que o tema estava relacionado à chamada “Guerra do Rio”.
Bom dia! Esta é a capa de hoje do @jornalextra pic.twitter.com/O54oZQgqLJ
— Jornal Extra (@jornalextra) 17 de fevereiro de 2018
No ano passado, o Extra anunciou em editorial que passaria a usar o termo para se referir a episódios de violência na capital fluminense e criou a chamada “editoria de guerra” para cobrir o tema. “Foi a forma que encontramos de berrar: Isso não é normal!”, explicou o editorial. “É a opção que temos para não deixar nosso olhar jornalístico acomodado diante da barbárie”.
O Meia Hora seguiu caminho distinto. Ao anunciar a intervenção, reconheceu: “Beleza, o negócio tá feio mesmo”. Em seguida, a publicação cobra, porém, investimentos sociais. “Mas não seria o caso de rolar um apoio de verdade pra educação, saúde, habitação, lazer, cultura e trabalho?”
Foto: Reprodução / Twitter
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