Os ruídos sem fim da viagem de Jair Bolsonaro a Israel

Alianças das barbárie que já não conseguem mais disfarçar seus verdadeiros negócios

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A visita de quatro dias do presidente Jair Bolsonaro para estreitar relações com Israel reflete uma capitulação à política americana e sua aliança com o país.

A viagem já se inicia desrespeitando a autodeterminação do povo palestino e seus direitos, ao estabelecer um “escritório comercial diplomático” em Jerusalém, o que seria o mesmo que reconhecer que Jerusalém é capital de Israel.

Em sua agenda, Bolsonaro tem uma passagem de três dias pelos territórios ocupados ao lado de Netanyahu, que agradece o apoio a sua campanha política e a abertura do escritório brasileiro em Jerusalém.

Uma manobra política como um veludo entre dois cristais ou um gato entre dois pombos. Bolsonaro também visitou e rezou no Muro das Lamentações ao lado de Netanyahu e cumpriu rituais judaicos.

O governo brasileiro oferece relações de vassalagem ideológica com o Estado de Israel a serviço das políticas decadentes de anexar terras e vender armas e munições disfarçada de intercâmbio tecnológico e científico da era Trump. Alianças das barbárie que já não conseguem mais disfarçar seus verdadeiros negócios.

O Brasil era um povo amigo do povo palestino e árabe em geral. O Brasil não tem reconhecido oficialmente, até hoje, a soberania de Israel sobre Jerusalém, Cisjordânia e os territórios ocupados desde a guerra dos seis dias de 1967.


Desde sua chegada ao poder, Bolsonaro tem se aproximado das políticas de Israel e demonstrado ser fã de Netanyahu.

Os países árabes que têm relações políticas e comerciais com o Brasil reagiram às atitudes políticas do presidente. O governo palestino chamou para consulta o embaixador da Palestina em Brasília. Vários países cortaram as importações da carne de frango e açúcar do Brasil.

O Hamas diz em uma nota que o caráter da viagem de Bolsonaro aos territórios ocupados é uma violação às leis e normas internacionais.

A liderança palestina chama a Liga Árabe, a Organização da Cooperação Islâmica e todas as organizações internacionais para pressionar o governo brasileiro a derrubar esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e fornecem cobertura à ​​crimes e violações contra o povo palestino.

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