Diálogos da Fé

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O significado do Ramadã

É o mês mais sagrado para os muçulmanos

O significado do Ramadã
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O Ramadã, nono mês do calendário lunar islâmico, é considerado o mais sagrado para os muçulmanos. Nele se revelou o livro sagrado, Al Corão, quando, segundo narra o livro e a tradição, o anjo Gabriel apareceu ao profeta Mohammad em uma caverna, no monte Hira, na Arábia Saudita, enquanto este meditava e ordenou: “Escreve, em nome de Alá”.

A primeira surata revelada foi o coágulo, Al alak, embora al Fatha seja aquela que inaugura o livro sagrado.

Neste mês foi designado o jejum aos muçulmanos. Ele é obrigatório desde 624.

Al Corão diz: “Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. Jejuareis determinados dias; porém, quem de vós não cumprir o jejum, por achar-se enfermo ou em viagem, jejuará depois o mesmo número de dias. Mas quem só à custa de muito sacrifício consegue cumpri-lo, vier a quebrá-lo, redimir-se-á, alimentando um necessitado”.

Abstenção

O jejum do Ramadã consiste em abster-se de todo alimento, bebidas, mesmo água, relações sexuais, cigarros ou remédios, da aurora ou amanhecer até o por do sol.

O Ramadã não se resume à abstenção de alimentos e prazeres. É um mês de profundo recolhimento espiritual, meditação, quando se deve praticar a caridade e o arrependimento e pedir o perdão de Alá. Momento de purificação, de ler Al Corão, de se reunir nas mesquitas e entre amigos e parentes para quebrar o jejum, fazer súplicas e celebrar.

Como o calendário lunar muda, muitas vezes o Ramadã cai no inverno, às vezes no verão ou em períodos intermediários.

 

Só é realmente Ramadã quando se avista a lua crescente no continente em que se está. A lua pode ser vista em uma parte do mundo e não ser vista na outra.

O Ramadã e as ações recomendadas deste mês, bem como seu jejum de 40 dias, disciplina o ser humano e é obrigatório para o muçulmano de qualquer raça ou condição social, tanto o rico quanto o pobre. Quem tem mais deve pagar o Zacat, outro pilar do Islã, no fim do Ramadã. É a purificação da sua riqueza e trata-se de repassar cerca de um quinto do seu lucro anual para os necessitados.

Entre as práticas recomendadas estão a oração, as súplicas, a leitura de Al Corão, especialmente das suratas Al dukran c44, Al Qadr c 47 e Al fath c 48. Também se recomendam banhos completos, acordar de madrugada para se alimentar, mesmo que seja uma tâmara e um copo com água .

Nas noites ímpares dos dez últimos dias do Ramadã está aquela do decreto onde desceu dos céus o livro sagrado. Esta noite tem um forte sentido místico e grande atmosfera espiritual.

Os muçulmanos costumam passar estas noites nas mesquitas, recitando o livro sagrado e pedindo a Alá que aceite seu sacrifício, seu jejum e suas orações. Elas são o prenuncio do Eid ul Fitr, ou festa da quebra do jejum.

A Surata 97 do Alcorão (Al-Qadr), revelada em Meca e com apenas cinco versículos, é dedicada a esta noite:

“A noite do decreto é melhor do que mil meses.

Nela descem os anjos e o espírito (anjo Gabriel), com a anuência do seu Senhor, para executar todas as suas ordens.

Ela é paz até ao romper da aurora!”

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