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Petição reuniu 45 mil apoiadores em defesa dos livros do MEC nas escolas de SP

As assinaturas foram coletadas por meio da plataforma Change.org; manifesto recebeu apoio de professores, estudantes e autores de livros didáticos

Petição reuniu 45 mil apoiadores em defesa dos livros do MEC nas escolas de SP
Petição reuniu 45 mil apoiadores em defesa dos livros do MEC nas escolas de SP
O abandono do PNLD era uma decisão do secretário da Educação, Renato Feder (Foto: Marcelo S Camargo/ Governo de SP)
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Nesta quarta-feira (16), a Justiça de São Paulo determinou que seja revogada a decisão do governo do Estado de São Paulo de abandonar o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC). A medida vai ao encontro da reivindicação feita por educadores, estudantes e autores de livros didáticos em um abaixo-assinado online. 

Lançada na plataforma Change.org, pela Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos (Abrale), a petição reuniu 45 mil pessoas: http://change.org/SOSEducaçãoPaulista  

No abaixo-assinado, o mestre em Geografia Laércio Furquim Jr, que escreve livros didáticos e é membro da Abrale, destacou que o material enviado gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC) passa por um “forte rigor editorial”, sendo submetido a uma banca examinadora composta por acadêmicos e professores que integram a educação básica. 

“Uma coleção didática aprovada no MEC é orientada por um edital governamental que estabelece critérios normativos e inseridos nas exigências legais, inclusive, aquela que prevê temas obrigatórios como educação ambiental, educação para a saúde e valorização do multiculturalismo”, detalha o autor de livros no texto do manifesto que foi aberto na internet. 

O objetivo da petição foi mobilizar a sociedade em apoio ao Ministério Público Estadual (MPE), ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), universidades, entidades do livro e comunidades educacionais para pressionar pela revogação da medida e fazer com que o governo voltasse a usar os livros impressos do PNLD.

De acordo com os organizadores do abaixo-assinado, a decisão do governo causou estarrecimento. “Especialistas justificam e demonstram a eficácia da utilização e os rigorosos processos de produção e avaliação dos livros didáticos impressos elaborados no âmbito do PNLD, programa do livro organizado pelo MEC”, comentou Laércio em trecho da petição. 

Na decisão judicial, o juiz Antonio Augusto Galvão de França afirmou que o ato administrativo da Secretaria da Educação de São Paulo era apto “a gerar sérios prejuízos à formação escolar dos estudantes e, também, ao erário estadual”. O magistrado ainda estipulou um prazo – até a próxima quarta-feira (23) – para que o governo escolha as obras do PNLD. 

A liminar judicial decorre de uma ação popular feita por parlamentares do PSOL. O Ministério Público de São Paulo também havia aberto inquérito para investigar o caso. 

O outro lado

Após a decisão judicial ser divulgada, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou que vai aderir novamente ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático para o ano que vem. O comunicado oficial foi publicado no portal da pasta na internet. 

“Os alunos terão à disposição tanto o material baseado no Currículo Paulista quanto os livros didáticos fornecidos pelo MEC (Ministério da Educação). O ofício de adesão ao PNLD 2024 foi enviado ao MEC na tarde desta quarta-feira (15)”, informa a nota da Secretaria.

Segundo o informe, a decisão do governo de permanecer no programa se deu “a partir da escuta e do diálogo com a sociedade, que resultou no entendimento de que mais esclarecimentos precisam ser prestados antes de que a mudança seja efetivada”. 

A Secretaria ainda informou que irá intensificar os canais de consulta com a rede de ensino “objetivando a construção de um material didático de alta qualidade, em consonância com os apontamentos e práticas daqueles que o utilizam em sala de aula”.

De acordo com o comunicado, serão utilizados os materiais didáticos e literários que fazem parte do PNLD para os alunos dos anos iniciais, finais e do Ensino Médio.

A equipe da Change.org contatou a Secretaria da Educação solicitando um posicionamento sobre a petição, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria. 

 

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