Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Rap é a voz do oprimido e do esquecido, diz Rodrigo Ogi

Rapper lança o quarto álbum solo, com questões atuais e visões surreais de uma mente inquieta

Foto: Enio Cesar/Divulgação
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Aleatoriamente é um álbum de várias camadas de Rodrigo Ogi, que parte de temas sociais, como a precarização do trabalho e a violência policial, passa pelo amor e segue até o universo mais imaginativo e inquieto do artista.

Em seu quarto disco solo, Ogi apresenta um visualizer das 12 canções do álbum (disponível no YouTube) em que ele aparece em uma cozinha de restaurante, de avental sujo de sangue, faca na mão e carne na mesa – um demonstrativo do realismo fantástico proposto no registro musical.

“O disco trata do inferno de várias maneiras. Como na primeira música falo de um cara que trabalha numa cozinha, ele (o diretor do visualizer Felipe Larozza) pegou e usou esse link para seguir no disco inteiro”, diz. “Ele quis ‘linkar’ todas essas coisas como se fosse um slasher movie (filme de terror b).”

O disco tem a produção do inventivo Kiko Dinucci, que traz uma sonoridade original e contemporânea às músicas em cima de um hip hop de vanguarda. O trabalho conta com a participação de Juçara Marçal, Russo Passapusso, Siba, Tulipa Ruiz, Don L, entre outros.

“É o disco mais diferente que já fiz. Liricamente é o meu melhor trabalho”, afirma Rodrigo Ogi, conhecido como um dos grandes cronistas do rap.

Sobre os 50 anos do movimento do hip hop, ele avalia que o legado segue em construção.

“Posso dizer que o hip hop salvou minha vida. Me deu uma visão de mundo que a escola não me deu. Acho que essa nova geração vai ter essa mesma oportunidade de ser resgatada”, prossegue. “O hip hop tem um trabalho importante nas periferias, de resgatar as pessoas, de dar uma nova visão de mundo. Essa é uma coisa que nunca vai se perder, sempre vai ter esse papel. Sou muito feliz de fazer parte dessa cultura.”

Rodrigo Ogi vai além: “É a voz do oprimido da periferia onde ele não é visto. O rap (um dos elementos do hip hop) foi o que deu voz ao esquecido. Por isso essa identificação, também”.

Ogi reconhece, por fim, o rap como uma música de protesto.

Assista à íntegra da entrevista do artista a CartaCapital:

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