Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

‘O tambor faz parte das nossas vidas’, dizem Antonio Carlos e Jocafi sobre repertório afro

Em entrevista a CartaCapital, dupla também comenta os sambas de sucesso, mas afirmam: 'Não somos sambistas'

Foto: William Thompson/Divulgação

Apoie Siga-nos no

Apesar de terem sambas de sucesso na carreira, como Desacato (1971), Você Abusou (1971) e Mais que Doidice, os músicos Antonio Carlos e Jocafi são enfáticos: “nós não somos sambistas”Na verdade, contam em entrevista a CartaCapital, sempre foram ligados ao universo afro-baiano.

“O cara que nasce na Bahia fatalmente vai ouvir muito atabaque”, diz Jocafi. O tambor faz parte da nossa vida”.

No universo afro, uma das primeiras músicas gravada pela dupla foi Kabaluerê – que compõe o EP de seis faixas, lançado recentemente pela dupla, de resgate do repertório que poucos conhecem e que traz a riqueza do chamado afrofunk e o afrobeat, com a influência dos ritmos afro-baianos dos anos 1970. 

O EP, com produção de Luiz Potter, tem o nome de Afro Funk Brasil e foi gravado pela dupla com a Orquestra Violões do Forte de Copacabana, projeto cultural e social do qual Antonio Carlos faz parte.

O registro com regravações (originalmente lançadas nos anos 1970), além de Kabaluerê, tem as composições Simbarerê, Chamego de Iná, Glorioso Santo Antônio, Quem Vem Lá e a inédita Ogun Ni Lê – esta última com a participação de Russo Passapusso, vocalista da banda BaianaSystem. 

Aliás, Russo lançou recentemente com Antonio Carlos e Jocafi um excelente álbum de inéditas com o título Alto da Maravilha


“Russo Passapusso é muito talentoso. Tem a Bahia no sangue”, afirma Antonio Carlos. “Russo mandava pelo celular e eu ia para casa do Jocafi ou ele vinha na minha e fazíamos a música. Com Jocafi, eu tenho que olhar no olho dele e ele olhar no meu para compor”. 

Jocafi diz que o resultado do disco superou as expectativas “Russo veio dar o farol. Na verdade foi o que aconteceu. Esse disco foi um parto longo e gostoso”.

Na conversa, Antonio Carlos fala ainda sobre o registro Afro Funk Brasil volume II.  “A gente cantou o povo, as festas da Bahia, o carnaval da Bahia. O próximo disco vai nessa linha. Estamos pensando também outro disco com Russo Passapusso”, revela. 

Assista a entrevista de Antonio Carlos e Jocafi ao canal de CartaCapital no Youtube:

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.