Mbaraeté, novo álbum do artista indígena Owerá, retoma a resistência dos povos originários e a defesa da floresta. O músico – antes chamado de Kunumi MC – é da etnia mbyá-guarani e vive na aldeia Krukutu, no extremo sul de São Paulo.
Foi em 2017 que o cantor e compositor começou a lançar registros fonográficos (um EP, um álbum e vários singles), todos contundentes e voltados à causa indígena. Nesse período, foi protagonista do documentário Meu Sangue É Vermelho, que recebeu diversos prémios internacionais e trata da defesa da terra.
Agora, aos 21 anos, com Mbaraeté (que significa resistência), o artista se associa de vez à luta. O gênero que usa para se expressar é mais do que adequado: o rap.
“O rap nativo é uma raiz do rap indígena. Nós falamos diretamente da nossa terra, do nosso território, com a nossa língua, que resiste há mais de 500 anos para se manter viva. É uma luta diária que enfrentamos nas nossas terras”, comentou no material de divulgação do disco. “O rap nativo nasce daí, desse espaço de luta, mas, também, de celebração da nossa cultura, dos rituais e da nossa tradição”.
O disco tem nove faixas e há trechos de músicas do álbum na língua nativa de Owerá. O trabalho, que conta com apoio do programa Natura Musical, tem a participação de artistas de diferentes povos indígenas, incluindo Célia Xakriabá, Txaná Ibã, OzGuarani, Brô Mc’s, Djuena Tikuna, o pai e escritor Olivio Jekupé, a companheira Pará Retê e o filho, Tupã. O trabalho musical foi produzido pelo próprio Owerá e Rod Krieger.
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