Bem-Estar

Veja por que vencer o medo de tomar medicamentos psiquiátricos

Para o tratamento de alguns transtornos mentais, o uso de medicamentos psiquiátricos pode ser necessário, já que eles atuam diretamente na regulação de substâncias químicas do cérebro responsáveis pelo humor, comportamento e equilíbrio emocional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada oito […]

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Para o tratamento de alguns transtornos mentais, o uso de medicamentos psiquiátricos pode ser necessário, já que eles atuam diretamente na regulação de substâncias químicas do cérebro responsáveis pelo humor, comportamento e equilíbrio emocional.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada oito pessoas no mundo vive com algum transtorno mental, e a depressão já é considerada a principal causa de incapacidade global. No Brasil, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas tenham depressão e cerca de 19 milhões convivam com transtornos de ansiedade, conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Estigma sobre o uso de medicamentos psiquiátricos

Os medicamentos psiquiátricos desempenham um papel importante porque ajudam a reduzir sintomas, melhorar a qualidade de vida e possibilitar que a pessoa tenha condições de se engajar em terapias e atividades cotidianas. Contudo, ainda há muito estigma sobre o seu uso.

“Muitas pessoas acreditam que o uso de medicação psiquiátrica é sinônimo de fragilidade, mas, na verdade, trata-se de um recurso médico, como qualquer outro, indicado em situações específicas para devolver qualidade de vida ao paciente”, afirma o psiquiatra Fauze Fakhouri, do Instituto Maria Modesto.

Dependência de medicamentos psiquiátricos

Um dos medos mais comuns em relação ao uso de medicamentos psiquiátricos é a possibilidade de desenvolver dependência. Muitas pessoas acreditam que, ao iniciar o tratamento, não conseguirão mais viver sem essas substâncias, o que gera insegurança e resistência em seguir a prescrição médica.

“Nem todo medicamento causa dependência. Há diferentes classes de remédios usados em saúde mental, e a maioria não tem efeito viciante. O uso contínuo, em alguns casos, se dá pela necessidade clínica, assim como ocorre no tratamento de hipertensão ou diabetes“, explica Fauze Fakhouri.

Mulher de cabelos cacheados tomando remédio com copo d'água
Medicamentos psiquiátricos são indicados quando os sintomas afetam de forma significativa a vida do paciente (Imagem: Photoroyalty | Shutterstock)

Quando a medicação psiquiátrica é indicada

Conforme o médico, os medicamentos são indicados quando os sintomas afetam de forma significativa a vida do paciente, como quadros de ansiedade intensa, depressão grave, transtornos do sono, entre outros. “A medicação pode ser essencial para estabilizar o quadro e permitir que outras abordagens, como a psicoterapia, tenham resultados mais efetivos”, explica.

Riscos da automedicação

O acompanhamento médico é essencial para garantir o uso correto, a dose adequada e, quando necessário, a retirada gradual, evitando efeitos indesejados e assegurando a segurança do paciente. Além disso, a automedicação é totalmente contraindicada.

“Tomar remédios sem orientação médica pode mascarar os sintomas, trazer efeitos colaterais e até gerar dependência. Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável para indicar, ajustar e, quando possível, retirar a medicação com segurança”, completa Fauze Fakhouri.

Ato de coragem e autocuidado

Procurar ajuda especializada e iniciar um tratamento com medicamentos não deve ser motivo de vergonha, pois cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. Com orientação adequada, o uso pode ser um aliado fundamental na recuperação e no fortalecimento da saúde mental. “Cuidar da saúde mental com acompanhamento médico é um ato de coragem e autocuidado”, finaliza o psiquiatra.

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