Política
Moro se recusa a comentar sobre novas mensagens vazadas
O conteúdo do novo vazamento mostra o ex-juiz zombando da defesa de Lula e sugerindo nota oficial contra o ex-presidente


O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou, neste sábado (15), nota à imprensa na qual afirma que o ministro Sergio Moro “não reconhece a autenticidade e não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas”.
A nota do ministério reitera “a necessidade de que o suposto material, obtido de maneira criminosa, seja apresentado a autoridade independente para que sua integridade seja certificada”.
O site The Intercept Brasil publicou às 21h38 desta sexta-feira (14) trecho de suposto chat privado na plataforma de mensagens instantâneas Telegram, em 10 de maio de 2017, quando o então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Tribunal de Justiça do Paraná, teria sugerido ao então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima distribuir nota à imprensa para rebater afirmações da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, após o depoimento do ex-presidente da República no caso do triplex do Guarujá, em investigação pela Operação Lava Jato.
O ex-juiz chegou a citar o que chamou de “showzinho” da defesa de Lula após o depoimento do ex-presidente no caso do triplex do Guarujá. O procurador teria dito que “achou bom”, e, minutos depois, Moro sugeriu: “Talvez vocês devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele / Por que a Defesa já fez o showzinho dela”. Prontamente, Santos Lima teria aceitado a sugestão e dito que conversaria com “o pessoal”.
A reportagem do The Intercept Brasil aponta contradição com o discurso de Moro durante o julgamento de Lula. Se, antes da audiência, caçoava da defesa do réu e sugeria notas à parte da acusação, diante de Lula, ele dizia que não tinha nenhuma desavença pessoal contra o senhor ex-presidente” e deixava claro que “quem faz a acusação nesse processo é o Ministério Público, e não o juiz”.
Com informações da Agência Brasil
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