Educação
Ministro da Educação está proibido de fazer nomeações no MEC
Decisão foi tomada pelo Palácio do Planalto após impasses na nomeação para o cargo de secretário executivo


Após anunciar dois nomes para o cargo de secretário executivo do MEC e não emplacar nenhum, o ministro Ricardo Vélez Rodriguez está proibido de fazer novas nomeações.
A ordem veio do Palácio do Planalto depois das polêmicas envolvendo Rubens Barreto da Silva, que foi anunciado para substituir Luiz Tozi, mas nem chegou a assumir, e a pastora evangélica Iolene Lima, que também não teve o cargo chancelado pela Casa Civil.
O episódio mostra o desgaste da figura do ministro frente à pasta, que tem sido alvo de disputa pela ala olavista, dos militares e técnicos. Embora ventilada, a saída de Vélez do cargo não é certa até o momento, mas o presidente Bolsonaro decidiu assumir a condução para tentar sanar a crise no MEC.
Enquanto isso, já há uma corrida para a sugestão de novos nomes feita pelos militares e também pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele chegou a propor a Bolsonaro que pedisse indicação ao presidente do senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) como estratégia para estreitar relação com os senadores.
O presidente declarou que não tomará nenhuma “medida precipitada”, mas é sabido seu interesse de agradar as bancadas evangélica e católica, que vêm sinalizando incômodo devido à pouca interlocução com o governo. Um dos nomes nesse sentido seria o do senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
Também volta para o cenário o nome de Stavros Xanthopoylos, consultor de Bolsonaro em seu período de campanha presidencial. Seu nome chegou a ser cotado para assumir o MEC na transição, mas depois foi descartado. Além de ter o aval do ministro da economia, Paulo Guedes, Xanthopoylos é tolerado pelos militares.
➤ Leia também: Indicada por Vélez como número 2 do MEC, Iolene Lima é demitida
Do lado militar, surgem nomes como Carlos Alberto Decotelli, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o ex-reitor da Universidade de Brasília (UNB), Ivan Camargo, e o cientista político, também da UNB, Flávio Testa.
Segundo informou o Estado de S.Paulo, duas estratégias são pensadas para aplacar a crise no MEC: achar um substituto para Vélez, ou nomear um nome forte para o cargo de secretário executivo, o que faria com que atuação do colombiano ficasse mais limitada.
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